Alinne Prado, apresentadora da Rede TV!, concedeu uma entrevista emocionante ao quadro ‘Achismos’ do canal de Maurício Meirelles, no YouTube. Durante o bate-papo, a comunicadora falou sobre o abuso que sofreu de um traficante, quando ela tinha apenas 13 anos.
“Eu perdi a virgindade sofrendo um abuso sexual desse traficante. Eu já passei por tanta coisa, já morri e ressuscitei tantas vezes. Quando eu falo, parece que nem estou falando de mim. Parece que falo de uma Alinne que morreu”, desabafou.
Segundo Alinne, ela acabou se apaixonando pelo rapaz, pois ele foi o primeiro homem que olhou para ela. No entanto, destaca que demorou anos para se curar desse trauma.
“Eu tinha 13 anos de idade ele 27. Ele foi o primeiro homem que olhou para mim. Minhas amigas, que eram mais claras, já tinham dado beijo na boca. Eu achava que ele me amava. Foi horrível mesmo. Demorei muitos anos para me curar disso. Há pouco tempo que comecei a me curar disso”, afirmou a apresentadora.
Racismo e demissão da Globo
Na entrevista, Alinne Prado mencionou também, os episódios de racismo que já sofreu, inclusive na época em que foi demitida da Globo, em 2017. Na ocasião, ela era uma das apresentadoras do Vídeo Show e relata o que ouviu por telefone no dia em que foi despedida da emissora.
“Meu processo de cura começou na bancada do Vídeo Show. Foi ali que começou meu processo de representatividade. Quando eu fui demitida do Vídeo Show, pelo telefone, me falaram que adoravam o meu trabalho, que eu era super competente, mas que existia um preço em ser Aline Prado e chegar com meu cabelo e precisavam de alguém mais neutro. Entrei em depressão profunda.”, relatou.
Alinne explica que o sentimento que sempre sentiu em sua vida, é o de não pertencer à nenhum lugar. “Não fui abraçada nem pela comunidade negra, pois tenho feições finas e a favela também não me acolhe mais. Eu não entendia que lugar que eu pertenço. Pensei: sempre vou perder pelo resto da minha vida”, desabafou.
Há alguns anos, Alinne já havia comentado sobre sua demissão da TV Globo nas redes sociais. Na época, ela criticou duramente o comportamento da emissora.
“Não é nada contra as meninas do Vídeo Show. Inclusive as sigo e sou fã delas. É contra a colonização do nosso imaginário. Só podemos aparecer na TV se for em situação de subserviência e sofrimento. E sempre como cota. É contra acharmos que não existe racismo. Que tudo isso é mimimi. Enquanto os não negros cruzarem os braços e fecharem seus olhos para isso, continuaremos a ser amordaçados, chicoteados, invisibilizados e mortos. Precisamos de aliados nessa luta. Precisamos de você”, desabafou.
Graduado em Comunicação Social, um mineiro que adora escrever sobre assuntos relacionados ao entretenimento e redes sociais em geral.
