Bet Awards: Ludmilla é indicada para premiação internacional

Ludmilla (Divulgação)
Ludmilla (Divulgação)

A cantora Ludmilla foi anunciada nesta quarta-feira (01), como uma das indicadas ao Bet Awards 2022 na categoria Melhor Artista Internacional. Neste ano, a carioca é a única artista da América Latina a concorrer na categoria.

Essa não é a primeira vez que um artista brasileiro aparece na lista de indicados do ao Bet Awards. No ano passado o rapper Emicida e a funkeira MC Dricka representaram o país na premiação, que é reconhecida como uma das mais importantes da cultura negra.

Depois de receber o reconhecimento internacional por seu trabalho, Ludmilla resolveu usar sua rede social para protestar contra a falta de apoio que recebe no Brasil. A dona do hit Socadona disse que fica muito triste e machucada com as reações negativas.

“Nesses 10 anos eu já chorei e já me perguntei muito qual o motivo de receber tão pouco apoio do país que eu tanto amo e que eu dediquei todos esses anos pra criar e dividir a minha arte. Mas mesmo assim, segui fazendo o que eu amo e compartilhando amor por meio da minha música. Seria incrível ter mais apoio no Brasil, poder vibrar mais as minhas conquistas sem precisar me limitar por conta de ataques ou pessoas tentando me desestimular ou desistir. Pode parecer que do lado de cá não dói, não é perceptível e que não afeta. Mas machuca e muito”, escreveu.

Apesar do descaso de parte dos brasileiros, Lud disse que tenta usar isso como munição para fazer um bom trabalho. “O que eu decidi é: não tem apoio? Eu vou sem apoio mesmo. No Brasil não está rolando? Fora tem um monte de gente interessada na nossa cultura e no nosso talento. ‘Numanice’ está na rua bombando, meus shows estão esgotando e o mais importante: eu estou feliz pra caramba”, disparou.

Fez plásticas após racismo

As reclamações de Ludmilla quanto as críticas não são uma novidade. Em recente participação no podcast Mano a Mano, ela confessou que realizou várias cirurgias por conta dos comentários durante os seus shows.

“Minha música estourou eu tinha 17 anos, a Fala Mal de Mim. Quando comecei a fazer cirurgia plástica, a primeira que eu fiz foi pra começar a ser aceita. No clipe não dá pra enxergar muito quem está cantando. Foi mais a voz, não a aparência. Muito contratante contrata, contrata, chegava no show e as pessoas viam quem era a MC Beyoncé. Falavam do meu nariz, da minha perna, do meu cabelo, e eu cantando e ouvindo aquilo”, disse ela.

“A gente aprendeu na escola que preto era feio, que cabelo crespo era horrível, que nariz largo é horrível, que beição grande era feio. Antigamente a gente não falava sobre racismo assim, abertamente, em todo lugar com as pessoas, aí, então a gente ia vivendo e esse era o certo”, completou.