Beth Goulart fala da última ultima conversa com a mãe Nicette Bruno

Beth Goulart relembrou a última conversa com Nicette Bruno (Foto: Reprodução)

Nicette Bruno morreu há três meses após ser infectada pelo coronavírus, e durante uma entrevista da atriz Beth Goulart para a jornalista Fábia Oliveira, ela relembrou a última conversa que teve com a mãe. Segundo ela, a sua despedida da amada é algo que ela nunca vai se esquecer.

“No último momento que eu estive com a minha mãe, ela já estava inconsciente, mas eu guardo como a nossa despedida o momento em que ela voltou do hospital, quando fez os exames. Ela passou na minha casa e nós conversamos. ‘Mãe, você vai voltar logo’ e nos despedimos. Ela não voltou e esse é o momento que eu guardo. Ela estava consciente e pudemos dizer uma para outra o quanto nós nos amávamos”, começou ela.

Segundo ela, o fato de ter falado que amava a mãe, mesmo sabendo que ela já estava inconsciente foi algo que mudou a sua perspectiva. Além do que, ela afirmou que recorda perfeitamente do momento.

“Também disse o quanto a amava quando ela estava inconsciente e por mais que eu tenha dito de várias outras maneiras, não foi a mesma coisa. Para mim, esse último encontro é o que eu guardo”, afirmou.

300 mil mortes

Com mais de 300 mil mortes no Brasil por causa do coronavírus, Beth Goulart afirmou que se sente triste em saber que a sua mãezinha está dentro desse número, ao lado de outras vidas que se foram por causa da doença.

“Eu sei o que essas pessoas, esses familiares passaram. É muito difícil perder uma pessoa amada, ainda mais em uma situação como essa. Ninguém está preparado para perder alguém que se ama e de uma forma tão rápida. Existem pessoas morrendo agora em três dias! Famílias dizimadas em três dias. A minha mãe passou 21 dias internada, mas existem pessoas que morrem muito rápido e ninguém se prepara para isso”, disse ela.

Em seguida, ela demonstrou solidariedade a todas as pessoas que sofrem com o luto. “A minha tristeza é por estar nesse número. A minha indignação é porque não tem sido feito nada para ter uma medida mais eficaz para impedir o avanço da doença e a minha solidariedade é uma compaixão por todos que sofreram o que eu sofri”, declarou.

Ao concluir, a artista relatou a sensação de impotência que as pessoas sentem, ao verem as situações das pessoas infectadas. “Todos os momentos são difíceis, porque essa doença não dá folga. Você não pode ficar perto de quem está doente e de quem você ama. É uma sensação de impotência muito grande”, finalizou ela.