Cantora Urias contas sobre a sua vivencia: “só posso falar do que vivo”

Urias (Reprodução)
Urias (Reprodução)

A música brasileira sempre está se renovando! Dentre essa renovação está a cantora Urias, de 26 anos de idade, que deu início a sua carreira de forma despretensiosa, em 2018, fazendo cover de artistas como Alcione e O Rappa. tendo a arte como a forma de viver, Urias que é natural de Uberlândia, interior de Minas Gerais, era modelo e conquistou seu espaço nas passarelas de semanas de moda como: SPFW e Casa de Criadores.

Em entrevista ao site da revista QUEM, contou sobre o seu novo álbum, intitulado Fúria, e a construção dele :

“Eu queria muito falar sobre algo que sentia e que ainda sinto. Comecei a prestar atenção no que o mundo queria que eu sentisse e em como esperavam que eu agisse, então decidi falar da raiva, por isso o álbum se chama ‘Fúria’. [O álbum] é sobre tudo que senti a partir da raiva em vários aspectos”

O álbum fúria é dividido em duas partes, perguntada sobre como tem sido essa fase de se arriscar e tentar algo novo, ela disse:

“Tenho me descoberto em coisas que nunca imaginei e agora tenho a confiança para experimentar, fazer coisas que nunca fiz antes musicalmente. Tem sido muito importante, dá uma certa sensação de liberdade, sabe? A segunda parte está planejada para o segundo semestre deste ano, nela vou falar de coisas mais sérias para mim. Vai ter um lado sentimental também, mas tudo do nosso jeitinho de fazer as coisas”

Questionada sobre o processo de criação no momento de pandemia que estamos vivenciando, como tem sido trabalhar, e se isso afetou os álbuns em geral:

“Tem sido difícil em geral, com certeza houveram atrasos nos lançamentos por conta do estado que está nosso país, é difícil fazer qualquer coisa durante esse genocídio”, relatou ela a QUEM.

Dando sempre ênfase em suas letras, sobre a vivência de uma mulher trans, ela afirma apenas contar o que realmente vive:

“Eu nunca vou deixar de falar dessa vivência até porque ela é a minha. Tudo que eu falo, escrevo e canto é desse ponto de vista. Não vivencio outras coisas aqui, só posso falar do que vivo”

Evolução musical

Sobre a evolução da sua estética musical, a cantora responde:

“Essa coisa de experimentar coisas novas não aconteceu só sonoramente; esteticamente eu sempre tento contar uma história, colocar símbolos importantes para mim e passar a mensagem que quero. Mas sempre deixo a interpretação aberta para quem acompanha meu trabalho poder enxergar possibilidades e pensar: ‘pode ser isso, mas também pode ser aquilo… Será que ela quis dizer tal coisa?”