Carolinie Figueiredo reflete sobre julgamentos e pressão estética

Carolinie Figueiredo
Carolinie Figueiredo (Foto: Reprodução/Instagram)

Carolinie Figueiredo refletiu através de suas redes sociais, sobre os julgamentos e pressão estética que muitas mulheres sofrem na sociedade. Na ocasião, ela abordou o tema depois que o peso de Marília Mendonça foi um assunto muito comentado, mesmo após a morte da cantora.

Para ilustrar seu desabafo, a atriz publicou algumas fotos da época em que estava grávida e foi muito julgada por conta do corpo. “Eu estava grávida quando fotos minhas rodaram nas páginas de notícias julgando meu peso e meu corpo: ódio, escárnio, xingamentos.”, iniciou ela.

“Gordofobia, misoginia, pressão estética… eu não conhecia nada disso aos 22 anos, 12 anos atrás, quando o feminismo não tinha entrado na minha vida. Me abrindo a cabeça pra todo contexto de violência e julgamento que vivemos somente por habitar um corpo de mulher. Marília Mendonça não se definia como feminista. Mas com seus posicionamentos de poder e ascensão social ensinou a toda uma geração de mulheres a refletir sobre sua condição.”, destacou a famosa.

Carolinie lamentou que, mesmo após sua trágica morte, Marília Mendonça continuou sendo alvo de julgamentos e comentários maldosos relacionados ao corpo. “Mesmo depois de perder a vida tragicamente, seu corpo, seu talento e seu peso viraram alvo de julgamentos e comentários. Uma mulher não pode descansar dos ataques agressivos e julgadores nem quando morre.”, acrescentou.

“Porque, como mulheres, somos atacadas pelo nosso corpo, pelo nosso talento, pelo nosso poder de voz ativa. Quando uma mulher se posiciona e influencia outras mulheres a saírem das posturas de refém de opressão ou sofrimento ela incomoda a sociedade e é ainda mais atacada. Mas não estamos sozinhas. “ninguém vai sofrer sozinha””, desabafou a artista.

Desabafo sobre pressão estética

Carolinie Figueiredo voltou a abordar o assunto durante uma live no Instagram. “É muito duro para nós mesmas, como mulheres. Principalmente mulheres como eu, que vive essa briga da balança desde cedo.”, afirmou a atriz.

“Eu comecei a tomar anfetamina eu tinha 15 anos. Como que para a gente já é difícil compreender essa linha tênue, de um movimento que é para a minha saúde. Estou emagrecendo para o meu corpo. Entrei nessa aula porque quero melhorar o meu condicionamento físico respiratório. E o que é uma pressão estética… E se em algum lugar a gente, como mulher, nessa sociedade, nessa geração, vai conseguir compreender o que é uma coisa ou outra. Se a gente já está tão contaminada com essas ideais de perfeição.”, refletiu ela.

A atriz acrescenta que, durante muito tempo foi inspiração para ajudar na aceitação de outras mulheres. “Eu digo isso porque muitas mulheres sempre me tiveram como uma referência de autoestima. Principalmente por fazer uma gordinha que se aceitava, na “Malhação”.”, lembra a artista, ressaltando que na época, nem ela tinha real entendimento sobre seu corpo.

“Sem nem eu saber se eu tinha construído esse lugar dentro de mim. Sem nem me reconhecer como uma mulher gorda como um lugar de poder. Porque eu descobri que eu estava gorda quando chegou o roteiro. Eu falei: “Caramba, eu vou fazer uma gordinha, então eu estou gorda?” Num lugar onde a gente nem falava sobre isso lá trás.”, explicou.

Julgamentos

Por fim, Carolinie Figueiredo comentou que acabou sendo julgada quando emagreceu: “E como mulheres, também, se decepcionaram quando me viram emagrecendo e falaram: “Mais uma cooptada pelo sistema”. Como toda vez que eu vou falar sobre algum lugar que eu estou fazendo em relação ao meu corpo. Que me deixa mais magra ou não. Me deixa mais disposta. Muitas mulheres param de me seguir… Eu mesma já não sei o que é cuidado e o que é um discurso de pressão estética. E o quanto que eu, apesar de estar mais magra, não aceito a minha barriga, não aceito a minha estria.”, concluiu.