Casagrande sobre dependência química: “me chamam de drogado”

Casa Grande (Reprodução/Instagram)
Casagrande (Reprodução/Instagram)

O comentarista esportivo Walter Casagrande revelou que, mesmo após anos sem usar drogas, ele ainda é alvo de comentários preconceituosos sobre a dependência química. O ex-jogador foi vítima de quatro overdoses.

Em entrevista ao jornal O Globo, Casagrande desabafou sobre os intensos ataques que é vítima nas redes sociais. Ele está lançando um livro Travessia (Globo Livros), onde conta os detalhes de sua vida no mundo das drogas.

“Tem gente que não acredita que a dependência química é uma doença, que as pessoas podem se recuperar. Para elas, a Terra é plana, então não tem diálogo, não dou atenção. Mas os ataques cruéis e o preconceito machucam. Atingem a alma da pessoa. Não corta a pele, não sangra, mas entra uma faca na alma”, disse o comentarista.

“É uma cicatriz que não fecha. Me fez muito mal, acredito que faça ainda. Então, quem cuida do meu Instagram, por exemplo, é o meu filho do meio, Leonardo. Não vejo comentários. Se olho dois comentários, sempre tem um me chamando de drogado”, completou.

No livro, que foi escrito ao lado do amigo e jornalista Gilvan Ribeiro, Casagrande também comenta sobre as dificuldades na sua ressocialização após voltar da reabilitação.

Início de uma vida saudável

Vítima de quatro overdoses, um acidente de carro que o deixou em coma, um infarto e entre outros problemas pessoais, o primeiro vislumbre de uma vida mais saudável foi compartilhado pelo ex-jogador na Copa do Mundo da Rússia, em 2018.

Durante um debate ao vivo sobre um dos jogos da competição, Casagrande desabafou com o público que, pela primeira vez, tinha permanecido um Mundial inteiro sem fazer o uso de drogas. Apesar de uma boa repercussão entre colegas e admiradores,  Casa contou que o caso também se tornou um pesadelo, por conta dos ataques.