Em setembro de 1989, os passageiros do voo Varig 254 mal podia esperar pelo pior. Após horas voando, a aeronave ficou sem combustível e caiu no meio da floresta amazônica.
O avião, que saiu de São Paulo com destino a Belém, no Pará, fez um pouso forçado à noite com 54 pessoas a bordo. Desse número, 12 pessoas morreram por causa da queda e 17 ficaram gravemente feridos.
Cenipa listou alguns fatores que poderiam ter evitado a queda
A culpa da tragédia? Um erro de interpretação da rota e uma vírgula no lugar errado. No dia 3 de setembro, o Boeing 737-200 de prefixo PP-VMK decolou de Guarulhos com destino a Belém.
Até lá, a aeronave faria algumas escalas em Minas Gerais, Goiânia, Distrito Federal, Maranhão e Marabá, no Pará. Mas foi no último trecho que o avião começou a acumular problemas, acarretando na queda trágica.
Meses antes do acidente, a extinta Varig, que foi comprada pela Gol em 2006, tinha começado a disponibilizar alguns planos de voo computadorizados, e esses planos tinham todas as informações para o voo.
Essas informações incluíam frequências de rádio das torres dos aeroportos, de controladores de voo, pontos de referência para a navegação e a rota descrita em graus.
Portanto, naquela época eles usavam só três dígitos para colocar a orientação do rumo que o avião tinha que seguir. Só que com os novos planos, o campo passou a contar com mais uma casa decimal, mudando de 3 para 4 dígitos.
Resultado: na hora de programar os instrumentos da aeronave, houve uma confusão e a rota, que deveria ser 027,0º, foi colocada como 270º. Foi então que o avião acabou indo para o oeste em vez do norte.
A viagem deveria durar menos de uma hora, mas acabou voando por mais de três horas. Com o combustível no fim, o avião caiu em uma zona de mata ao norte de São José do Xingu, em Mato Grosso.
De acordo com o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), a vírgula foi só um dos fatores que derrubaram o avião. A falta de contato das equipes em terra com a aeronave e a falta de planejamento dos pilotos, também contribuíram para a tragédia.
Karla é jornalista formada desde 2017, mas trabalha com entretenimento desde 2014. Tem 28 anos, mora em São Paulo capital e adora estar antenada nas redes sociais. Pode ser encontrada como @fannykyta no Instagram.