EA aponta que sua série de jogos de futebol poderia estar melhor sem a Fifa

Em uma reunião interna com funcionários, o CEO da Electronic Arts (EA), Andrew Wilson, afirmou que a parceria com a Federação Internacional de Futebol (FIFA), entidade máxima do futebol mundial, estaria impedindo um melhor desenvolvimento da sua série de jogos de futebol. Segundo o Video Games Chronicle (VGC), em 2021 o CEO ainda apontou que a associação com a FIFA era uma espécie de impedimento para as ambições da desenvolvedora no estilo do jogo.

“Eu argumentaria – e isso pode ser um pouco tendencioso – que a marca FIFA tem mais significado como um videogame do que como um órgão regulador do futebol. Não tomamos isso como garantido e tentamos não ser arrogantes. Trabalhamos muito duro para tentar fazer a FIFA entender o que precisamos para o futuro”, apontou Wilson à equipe durante a reunião, as informações foram divulgadas pela VGC.

O título da EA é um dos jogos de futebol mais populares do planeta, talvez o mais jogado, principalmente após o fiasco que foi o lançamento do eFootball 2022, que era seu principal concorrente.

No Brasil, o FIFA 22 é uma verdadeira febre, sendo que muitos amantes do título além de jogar, acompanham de perto os torneios de eSports da modalidade. Eles hoje chegaram a um nível de popularidade tão grande que integram até mesmo o catálogo de algumas casas de apostas que aceitam bitcoin, disputando espaço com os palpites nos esportes tradicionais. Sendo que nessas plataformas de apostas, os usuários além de encontrar uma ampla diversidade de opções de palpites, ainda tem acesso a promoções exclusivas, como as odds aumentadas e os bônus de boas-vindas, que se bem utilizados podem maximizar os ganhos do apostador.    

Informação anônima

De acordo com a VGC, essas informações lhe foram concedidas de forma anônima, sendo que essa fonte ainda teria apontado que para Wilson, o único valor que a EA conseguiu com a licença concedida pelo órgão fora do ano em que é disputada a Copa do Mundo foram “quatro letras na frente da caixa”.

Há quase 30 anos a EA licencia o nome da Federação Internacional de Futebol e agora o seu contrato com a entidade está próximo do final, expirando após a disputa da Copa do Mundo do Qatar. Caso a desenvolvedora não renove o acordo com a entidade, o seu próximo título ainda será nomeado FIFA 23, mas os subsequentes não deverão conter o nome do órgão.

Enquanto isso, a Federação Internacional de Futebol também já tornou público o seu desejo de encerrar a associação com a EA, com o foco em buscar outros contratos com empresas do universo dos jogos eletrônicos. De acordo com uma reportagem publicada pelo New York Times, o conflito entre as partes se dá pelo desejo da Electronic Arts de querer mais direitos, enquanto a Federação Internacional de Futebol quer que a empresa dobre o pagamento pela licença.

É sabido que a licença da entidade traz diversas restrições à desenvolvedora de jogos, limitando o que pode ser ou não incluído nos games. Sendo que FIFA tem uma parceria com a Adidas, o que interfere na forma com que os jogos são desenvolvidos. “Nossos jogadores nos dizem que querem mais modos de jogo, coisas diferentes além do 11v11 e diferentes tipos de jogabilidade. Eu diria a vocês, tem sido uma luta para que a FIFA reconheça os tipos de coisas que queremos criar, porque eles dizem que ‘nossa licença cobre apenas certas categorias’”, teria explicado o CEO a sua equipe.

Na reunião, Wilson ainda teria afirmado que comunicou à entidade sobre todas as suas preocupações, mas que ele não estava confiante que chegaria a um consenso. Ainda assim o chefão da Electronic Arts disse que eles continuarão a ser atenciosos na produção do seu jogo e que desejam ser bons parceiros, mas que acredita que não se surpreenderia se a parceria acabasse. Contudo, ele ressalta que no final das contas isso poderia ser até benéfico, principalmente para os jogadores, já que a desenvolvedora não ficaria limitada pelas quatro letras na caixa.