Aos 32 anos, Geisy Arruda ficou conhecida após ser humilhada em 2009, por usar um vestido curto e sensual dentro de uma universidade em São Paulo. Hoje, ela comanda podcast, trabalha na divulgação do terceiro livro de contos eróticos, é ex- participante de A Fazenda e faz sucesso nas redes sociais. Em conversa exclusiva ao Entretê, a apresentadora comentou sobre a carreira, machismo e reality show.
Dona de uma personalidade forte, a modelo coleciona cerca de quatro milhões de seguidores, e aposta em um lado mais sensual e de empoderamento feminino em seus posts.
Entretê – Há 12 anos na mídia, como analisa as conquistas e o sofrimento vivenciado na época?
Geisy Arruda – Eu costumo dizer que inventei o meu próprio cancelamento. De forma não opcional, analiso uma trajetória de superação em meio a um machismo ainda mais crescente. Não foi fácil chegar até aqui, na verdade, as coisas ainda não são fáceis. O machismo está presente em tudo, e ainda sou vítima dele, assim como muitas mulheres. Mas posso afirmar que, aquela mulher soube superar e encarar a realidade de uma outra forma.
Entretê – Depois de tanto tempo e projetos, como surgiu a ideia de escrever contos eróticos?
Geisy Arruda – A ideia na verdade surgiu de aproveitar o mercado que não tem muita concorrência, literalmente é um nicho muito pequeno. A maioria das pessoas que conheço adoram sexo, elas transam, mas na hora de falar de suas aberturas sexuais, elas ficam tímidas, com vergonha, com receio, com medo de julgamentos. Eu sempre fui muito desbocada, sempre gostei de contar minhas aventuras sexuais aos meus seguidores, amigos, fãs, e dei um jeito de ganhar dinheiro com isso.
No começo, as minhas histórias eram baseadas apenas nos meus fatos. Hoje, no meu terceiro livro, eu já consigo contar relatos de seguidores que me contam histórias picantes em segredo. Também invento casos, e me inspiro em desejos internos não realizados. No final, contos eróticos se tornou uma das minhas atividades favoritas, um diário secreto.
Entretê– Sexo é algo que deve ser frequente em sua rotina?
Geisy Arruda – Acredito que além de gostar de sexo, eu vou por uma questão biológica. Assim como comer, dormir, beber água, isso faz parte dessas necessidades fisiológicas do nosso organismo. Para ter uma vida mais saudável, para ter bom humor, para ser uma mulher mais realizada, todo mundo precisa de orgasmos. Enxergo como uma necessidade, e não um luxo.
Entretê– Toparia participar do Ilha Record?
Geisy Arruda – Eles entraram em contato comigo, perguntaram sobre o meu interesse. Na época, para a primeira temporada, eu disse que sim, mas eu não sei nadar, e eu tenho medo de bichos. Além disso, me considero bunda mole..Então eu acho que tudo isso atrapalhou as negociações. Mas houve um interesse deles na minha participação.
Entretê– Há algum motivo para apostar em fotos sensuais ou é mais uma questão de gosto e satisfação pessoal?
Geisy Arruda – Na verdade, é algo que representa a minha liberdade. Nada mais do que isso. Como eu gosto de postar outras coisas, a sensualidade não se trata de nada incomum.
Entretê– Já pensou em entrar no OnlyFans?
Geisy Arruda – Nunca pensei. Apesar de ser um site americano, eu nunca tive interesse em criar uma conta na plataforma. Eu já tenho muitas redes sociais para administrar e tenho que focar na divulgação do meu terceiro livro. Ou seja, tudo isso vem me deixando com cabelos brancos, então não tenho tempo.
Entretê– Como encara o machismo que enfrenta todos os dias?
Geisy Arruda – Isso é desde sempre, desde que nasci e me entendo por gente. Infelizmente nós mulheres nos acostumamos, mas não aceitamos. É justamente por isso que a gente vem tentando se posicionar e conseguir ser respeitada independente da nossa roupa, da nossa liberdade sexual. Eu acho que uma das coisas que a gente mais luta, é pela liberdade, por sermos quem realmente somos, e claro, o respeito. Eu espero que daqui a algumas décadas a situação esteja um pouco melhor, tenho certeza que muita gente já lutou pelas nossas conquistas atuais.
Entretê– Já sofreu machismo de alguém que está no ar na TV?
Geisy Arruda – Sinceramente, que eu me lembre não. Acredito que uma pessoa machista não é merecedora de estar em um lugar de tanta notoriedade como a TV. Eu ficaria muito triste se esse indivíduo ainda estivesse lá. Graças a Deus eu só lidei com pessoas muito boas. Ah, tive Gugu Liberato como padrinho e só guardo boas lembranças da TV e das oportunidades que tive.
Formado em Jornalismo pela Faculdade das Américas (FAM), já apresentou programa de entretenimento relacionado ao mundo dos famosos e entrevistou artistas do meio.
