Fátima Bernardes sobre racismo no BBB21: “tem que estudar”

A apresentadora Fátima Bernardes no Encontro (Imagem: Reprodução/TV Globo)
A apresentadora Fátima Bernardes no Encontro (Imagem: Reprodução/TV Globo)

Nesta manhã de terça-feira (6), a apresentadora Fátima Bernardes comentou sobre a polêmica sobre envolvendo João Luiz e Rodolffo no Big Brother Brasil 21. O cantor tem sido apontado como racista nas redes sociais.

Durante o programa Encontro, a jornalista aproveitou para desabafar sobre a cena em que o sertanejo compara o cabelo do professor com o de um “homem das cavernas”. Ao ser confrontado, Rodolffo disse que não tinha a intenção de magoar o colega.

“É muito recorrente, né? A Camilla [de Lucas] já falou disso mais de uma vez, o João, a Lumena, várias pessoas falaram disso durante o jogo. Eles ficam cansados. ‘Ah, mas me explica’, ‘me diz quando eu tiver errado’. Só que, para várias outras coisas na nossa vida, a gente não fica pedindo para alguém explicar toda hora. A gente vai atrás, corre atrás de informação”.

Fátima continuou seu discurso reafirmando a importância de se reconhecer os erros e buscar por conhecimento, sabendo da mudança do tempo e das discussões sociais.

“É isso que falta, assumir uma postura de comando sobre o que a gente quer falar, dizer, saber. Se a gente não corre atrás de se informar, vai continuar fazendo tudo errado, esperando que a pessoa tenha a coragem e a disposição de dizer: ‘Olha, você está errado’. Não, somos nós que temos que correr atrás disso. A gente é que tem que estudar, ver o que está fazendo de errado e por quê. Os tempos mudaram”.

Uma análise sobre o caso

A pauta do programa ainda foi reforçada com a presença do repórter Manoel Soares, que recorrente faz participa da atração. O jornalista relembrou quando utilizava o mesmo estilo de cabelo de João Luiz e explicou como pessoas negras acabam sendo alvos recorrente de “brincadeiras” do tipo.

“Um é o racismo recreativo, que é quando a pessoa tenta fazer piadas, fazer as pessoas rirem através do seu cabelo, através da sua estética. Foi isso que o Rodolffo tentou fazer, e isso já incorreu em um erro”, comentou.

Manoel ainda fez uma análise da fala de Rodolffo, que ao ver a confusão instaurada ao vivo, se justificou ao citar o pai, um homem negro de cabelo crespo.

“Aí é uma outra coisa muito ruim, que é a naturalização da dor. Quando a dor do outro começa a ser indiferente a você, porque você já passou por uma coisa parecida, mais ou menos. Óbvio que deve ter muitos motivos para isso, a gente não está aqui para julgar, mas a gente nota que tanto o cabelo do Rodolffo quanto o de alguns familiares dele são mais alisados. O que será que os motivou a fazer isso? Será que não foi um pouco dessa dor?”.