Um dos principais nomes do movimento chamado de queernejo, a música sertaneja dedicada a representatividade na comunidade LGBTQIA+, Gabeu, filho de Solimões, da dupla com Rio Negro, lembrou como foi a recepção da sua família ao saber da sua homossexualidade.
“Foi bem tranquila”, afirmou ele ao Luciana By Night, da RedeTV!, sobre a conversa com os pais. ”Falei primeiro com meu pai e ele sempre me apoiou. Hoje ele diz que foi muito bom eu ter conversado sobre isso”, acrescentou o músico.
Gabeu garantiu ainda que o pai também apoiou a sua decisão de ingressar no meio artístico. “Ele me disse: ‘Faz a sua arte. Se eu não gostar não tem problema, porque você não tem que me agradar’”, contou à Luciana Gimenez.
O cantor de 22 anos ainda explicou como as referências musicais que recebeu durante a infância e juventude o transformaram em um destaque do queernejo, movimento musical que busca levar a representatividade LGBTQIA+ para o sertanejo. “O ano em que nasci, 1998, foi o ano em que meu pai estourou, então o ritmo predominava na minha casa.”
“Milionário e José Rico, Tonico e Tinoco, Tião Carreiro e Pardinho. Foi isso que escutei minha vida toda, mas ao longo do tempo passei a não me identificar com esse padrão e fui me encontrando na música pop. Sou fã de Lady Gaga, inclusive, e tentei misturar essas duas referências no meu trabalho”, complementou.
Sobre o padrão heteronormativo dentro da música sertaneja, Gabeu reconheceu: “Há um tabu muito grande, porque o sertanejo tem essa coisa do homem bruto, não é? Escuto muito, principalmente de meninos gays, que gay não gosta de sertanejo, que ‘não é para a gente’. Mas por que não é? Por que as pessoas não gostam mesmo ou não se sentem representadas pelo que está ali?”, indagou.