Glória Maria relembra episódio de racismo em que foi expulsa de hotel

A jornalista Glória Maria (Imagem: Reprodução / TV Globo)

A jornalista Glória Maria está distante da apresentação do Globo Repórter desde o ano passado, depois que foi diagnosticada com um tumor no cérebro e se afastou para cuidar da doença. Embora já esteja melhor, ela ainda não retomou o trabalho mas apareceu na edição exibida na noite desta sexta-feira, dia 5 de maio. E foi um momento bastante histórico para o programa, que é um dos mais longos da programação da Globo.

A emissora carioca decidiu usar o jornalístico para reprisar um importante debate exibido originalmente no programa Em Pauta, do canal de notícias GloboNews. A atração exibiu um debate comandado por Heraldo Pereira e que contou com as participações de Maju Coutinho, Aline Midlej, Flávia Oliveira, Lilian Ribeiro e Zileide Silva. Diretamente de sua casa, Glória também enviou um vídeo e revelou um triste episódio de racismo sofrido no passado.

Desabafo

“Tenho orgulho de ser a primeira pessoa o Brasil a usar a lei Afonso Arinos, que punia o racismo não como crime, mas como contravenção. Fui barrada por um hotel por um gerente que disse que negro não podia entrar. Chamei a polícia e levei esse gerente aos tribunais. Ele foi expulso do Brasil, mas se livrou da acusação pagando uma multa ridícula, porque o racismo para muita gente não vale nada”, desabafou a jornalista, que é uma das maiores da emissora carioca.

Na sequência, ela explicou que suas filhas perguntam se George Floyd morreu por ser negro. O americano foi assassinado por um policial branco na semana passada e foi o estopim para os protestos que acontecem ao redor do mundo. “Eu digo que sim. Eu não sou muito otimista mas acredito que um dia todo dia vai ser visto como igual. Ninguém vai ser discriminado. Tomara que minhas filhas não precisem viver o que a gente, negro, vive hoje”, concluiu uma das comandantes do Globo Repórter, que divide o posto com Sandra Annenberg.