Douglas Souza sofre homofobia com namorado em aeroporto

Jogador de vôlei Douglas Souza e namorado (Reprodução)
Jogador de vôlei Douglas Souza e namorado (Reprodução)

O jogador de vôlei Douglas Souza revelou que foi vítima de homofobia no aeroporto em Amsterdã, na Holanda, durante uma viagem que fazia para a Itália. O esportista disse que chegou a ficar 15h preso no país.

Através de seu perfil do Instagram, Douglas contou que estava em viagem ao lado do namorado, Gabriel Campos, para se apresentar para o clube Vibo Valentia, que acaba de fechar contrato.

Segundo Douglas, toda a confusão se iniciou após as autoridades do aeroporto perceberam que ele estava com o namorado. O jogador afirmou que no período que esteve no local ele teve que dormir no chão enquanto esperava um voo para Roma.

“Ele perguntou o que o Gabriel ia fazer lá, eu mostrei no documento de união estável, disse que ele ia me acompanhar, trabalhar lá. Ele chamou um cara no telefone e disse que ele ia cuidar da gente. Levaram a gente para um outro lugar do lado da fila, onde tinha umas 20 pessoas, largaram a gente ali por umas 5 horas sem nenhum tipo de explicação”, diz Douglas.

“Depois de umas cinco, seis horas me chamaram em uma salinha e fizeram uma entrevista para perguntar o que eu ia fazer lá. Até então achei normal, tranquilo. Mas aí bateram de novo na tecla de quem era o Gabriel, e eu tentava explicar que era meu namorado e eles tinham muita dificuldade de entender.”

Douglas, que ficou ainda mais conhecido durante as Olimpíadas de Tokyo 2020, disse que a equipe do aeroporto parecia ser muito preconceituosa, já que foi percebido que na mesma sala tinham apenas pessoas vistas como minorias.

“Eu comecei a perceber um padrão no tratamento deles, porque fomos colocados ali com mais 20 pessoas. Dessas, 18 eram pretas ou latinas“, descreve Douglas. “Chegaram pessoas depois da gente, resolveram o problema de todo mundo e não resolvia o da gente.”

Constrangimento

Visivelmente abatido, Douglas continuou afirmando que a situação foi completamente constrangedora e que se sentiu impotente, já que teria que bater de frente contra a polícia de outro país.

“Foi uma situação muito estranha, muito difícil, porque a gente se sente fragilizado nessa situação, porque não pode fazer nada. Era contra a polícia, então se a gente falasse alguma coisa, se se exaltasse poderia ter dado problema para a gente. Se eu não tivesse vindo a trabalho, se fosse turismo, com certeza nem estaria aqui, teria voltado para casa”, afirma o jogador.