Pocah volta a falar sobre censura do Youtube e aponta seletividade

Funkeira Pocah (Reprodução)
Funkeira Pocah (Reprodução)

A cantora Pocah voltou a falar segunda-feira (9), sobre a censura que foi vítima do Youtube na última semana ao lançar o clipe da música Muito Prazer. Durante o programa Papo de Segunda, do GNT, ela refletiu sobre o machismo no universo da música.

Revoltada, a artista apontou uma certa seletividade no tratamento dado pela plataforma. “Tem raba? Tem. Mas tem em vários clipes. Tá muito seletivo, eu tenho percebido, se fosse algo que fosse pra todos, ok. Tá muito seletivo pras mulheres”, declarou a funkeira.

“Se tivesse um cara colocando um monte de mulheres assim… Meu clipe é arte, inclusive tem uma galeria de arte e o monumento sou eu mesma”, disparou.

Pocah ainda relembrou que, apesar de sua música fala sobre um tema mais picante, outros artistas também fazem ou já fizeram algo parecido e continuam sendo aclamados pela crítica.

“Essa música é uma música que falo sobre sexo, sexo oral, prazer feminino. Isso não é de hoje, eu não inventei hoje. Madonna falava explicitamente de sexo nas músicas, Cindy Lauper, várias cantoras maravilhosas, incríveis, há muito já fazem isso. É liberdade de expressão”, completou.

“Essa música, especificamente, é uma música pra adulto. Eu reconheço isso. Pra mim, criança não tem que tá na internet. Os pais que devem dar a liberdade ou não. Meu filho vai usar a internet, meu filho não vai usar internet. O responsável pela criança ou não que deve decidir isso” afirmou.

Preconceito

Pocah, que neste ano também participou do Big Brother Brasil 21, continuou seu desabafo e destacou o quanto é difícil ser uma mulher trabalhando no meio musical. A artista disse que ainda é alvo de muito machismo na indústria.

“Ser mulher no nosso país… Eu como mulher posso falar. Quando falo isso, não tô me vitimizando, mas ser mulher, trabalhando no ramo musical, artístico, é muita pedra que a gente recebe. E esse lance que a gente tá dizendo, na hora de pegarem a gente, colocar a bunda, objetificar, tá lindo, maravilhoso. Mas na hora da mulher usar a voz dela, falar abertamente sobre sexualidade, prazer, aí ela não pode”.

Ela continuou: “Na minha música, eu falo ‘Se gostou do que eu faço com a raba, imagina o que eu faço com a boca’. Eu tô falando de sexo oral? Estou falando de sexo oral. Porém também quero dizer que sou uma mulher cheia de experiências na vida e eu tenho muito a dizer. Não é pra me limitar só a raba, ao funk, não. Eu sou muito mais além disso”.