Programa Pânico é condenado a pagar R$ 40 mil à ativista

Apresentador Emílio Surita (Reprodução/Youtube)
Apresentador Emílio Surita (Reprodução/Youtube)

O programa Pânico da Rádio Jovem Pan foi condenado pelo TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) por fazer comentários discriminatórios à ativista Rosa Laura. A emissora vai ter que desembolsar R$ 40 mil em indenização.

O processo em questão diz respeito a um episódio em que o programa veiculou um vídeo onde Rosa fala sobre as dificuldades enfrentadas pela comunidade não-binária (quem não se identifica com nenhum gênero específico) no Brasil.

Conforme informações colhidas pelo protal Uol, a sentença do André Augusto Salvador Bezerra, aponta que o programa, que também é transmitido ao vivo no Youtube, “ignorou a luta diária da comunidade não-binária” e fez uso indevido da imagem da ativista, ao fazer chacota com sua identidade.

“A requerida [Jovem Pan] poderia, assim, exercer sua liberdade de expressão em apontar falhas na demanda da linguagem neutra e sustentar licitamente a manutenção da estrutura linguística em vigor. Sucede que não houve uma crítica regular. Houve uma exposição da pessoa do autor ao ridículo, imputando-lhe características que, historicamente, imputam-se a pessoas discriminadas: características relacionadas à objetificação (como se fosse uma coisa) e a uma suposta incapacidade mental “.

Briga ao vivo

Nos últimos anos o programa Pânico tem colecionado polêmicas com suas transmissões na rádio Jovem Pan. Recentemente um dos debates políticos da atração terminou em porradaria entre um convidados e um dos radialistas.

O caso em questão envolveu André Marinho e o vereador Tomé Abduch. Após toda a repercussão da confusão, que acabou viralizando nas redes sociais, André disse que o político estava acompanhado de um segurança armado durante a entrevista e chegou ameaça-lo durante a discussão.

“Hoje fui agredido por um senhor que age como militante. Deslumbrado com a própria irrelevância, se aproveitou do Pânico para me ofender. Exalta sua família, mas só faz atacar a minha. Bancou o valente pois trouxe um segurança para me dar um mata-leão e me ameaçar com sua arma”, escreveu.

“Vinte anos mais velho eu, deu exemplo de quem realmente é. Contra fatos não há argumentos. De minha parte, não irei ceder um milímetro sequer – constatando as mentiras e dizendo as verdade inconvenientes para esses desqualificados”, completou André.

A briga entre André e Paulo, que se iniciou após os dois fazerem comentários sobre o governador de São Paulo, João Doria Jr (PSDB), gerou altas críticas não apenas aos integrantes do programa, como também aos fins que se chegou toda a discussão.