Sem perder o rebolado: Jacaré fala de preconceito na época do É o Tchan

Jacaré (Reprodução/TVGlobo)
Jacaré (Reprodução/TVGlobo)

Edson Cardoso, mais conhecido como Jacaré, relembrou os tempos de dançarinos do grupo É o Tchan, sucesso nos anos 90. O artista afirmou que sofria muito preconceito por ser homem e dançar.

Em participação no programa Altas Horas neste último sábado (12), Jacaré comentou que era chamado de “viado” durante os shows do grupo. No entanto, o ex-dançarino afirmou que as situações apenas ocorriam foram da Bahia.

“Na Bahia, não [sofria preconceito]. Pelo fato de dançar, rebolar, requebrar, não. Em Salvador, como você mesmo disse, é normal. Mas quando o grupo começou a ir para o Sul e Sudeste, ir para a televisão em rede nacional, aí sim, foi muito complicado. Sempre tinha aquela coisa de gritar ‘ah, olha o veado’… Eu recebi lata no joelho, recebi muita gritaria”, relembrou.

Apesar do trauma carregado, Jacaré afirmou ter ficado feliz com a desconstrução e evolução que o país enfrentou, para tornar a dança algo comum entre homens, independente de sexualidade.

“Mas hoje eu fico muito feliz em ver que todo o Brasil dança, rebolando, requebrando, e espero ter contribuído para isso”, afirmou o artista, que se tornou um dos ícones do axé nos anos 90.

Atualmente Jacaré tem vivido na cidade de Vancouver, no Canadá. O artista afirmou que mora na região há cerca de quatro anos, ao lado de sua família. O famoso é pai de duas crianças: Rafael, de 7 anos, e Beatriz, de 5 anos.

Preconceito não atingiu só Jacaré

Também participando do programa, Scheila Carvalho também relatou ter passado por problemas com o público do É o Tchan. Segundo a dançarina, nos primeiros shows ela foi rejeitada por algumas pessoas.

Scheila, que integrou o time do Tchan logo após a saída de Carla Perez, relembrou que muitas pessoas não gostaram do fato dela ter ganhado o concurso que a elegeu como a “nova morena do Tchan”, realizado pelo Domingão do Faustão, em 1997.

“Sofri um pouco desse preconceito regional. A Rosiane [Pinheiro, finalista do concurso junto com Scheila] era baiana e a Bahia inteira estava torcendo por ela. Nos primeiros shows com o É o Tchan, eu recebi muito urso na cara, [falavam] ‘sai daí, sai daí’, [ficavam] gritando Carla [Perez]”, afirmou ela.