Após ser eliminado do ‘The Masked Singer‘, o ator e cantor Sérgio Loroza falou sobre a participação no reality, e destacou a questão da falta de empatia e desigualdade no Brasil. Na ocasião, ele ainda disse que usar a fantasia de astronauta também lhe trouxe responsabilidades sociais.
“Graças ao ‘The Masked Singer’, sou o ‘afronauta’. Caiu no meu colo junto com a arte essa ‘responsa’. Sempre quis chegar no palco e dizer ‘ser ou não ser’, mas veio também a ‘responsa’ social, não posso decepcionar essa galera. Quando falamos ‘é nóis’, é ‘vem com nóis’. Até quem não é nóis, pode ser nóis quando se junta a nossa guerra. Precisamos de um mundo mais legal, depois da pandemia temos que escolher o tipo de sociedade que a gente quer. Precisamos de um pouquinho mais, 56%, para ter representatividade”, falou.
Gueto
Na última apresentação no The Masked, Sérgio Loroza cantou a música ‘Gueto’, um dos últimos sucesso de Iza. Segundo ele, o objetivo foi mostrar que as pessoas, assim como ele, deve estar ao lado das minorias e lutar contra todo tipo de preconceito.
“Equidade é a palavra, é o que há de se fazer pelo bem da humanidade. Ao mesmo tempo que estou na minha luta como negro, tenho que estar ao lado da mulher, do LGBTQIA+, de quem está vulnerável na sociedade. Quem tá mal, precisa de mais atenção, o momento é esse. Essa parada plebiscitária que estamos vivendo, uma coisa ou outra, tem muitas milhões de coisas. Mas tem hora que é um segundo turno e você tem que escolher e fico feliz de estar ao lado de Sidney Magal, de Sandra de Sá. É entretenimento que quando está recheado de boa coisa, a gente atinge o coração das pessoas. Por isso foi legal cantar ‘Gueto’ da IZA. Viva o gueto”, falou.
Ao concluir, Loroza deixou claro que o racismo existe e não dá para esconder a pauta. “Existe a grande armadilha do ego: às vezes, quando ocupa um lugar de poder, temos a tentação de se achar a última bolacha do pacote. Meu desejo não é esse, meu desejo é ir em lugares de poderes e ver mais meus pares. Por ser artista, vejo muito pouco os nossos nos lugares. Não dá mais para fingir que não vemos mais. Tem o discurso de que somos todos iguais, para com isso. Mas não fomos nós que criamos o apartheid. A gente quer esse acesso lá em cima para inspirar que está lá em baixo”, desabafou.
Formado em Jornalismo pela Faculdade das Américas (FAM), já apresentou programa de entretenimento relacionado ao mundo dos famosos e entrevistou artistas do meio.