Sharon Stone explica por que resolveu denunciar abuso sofrido quando jovem

Sharon Stone
Sharon Stone (Divulgação/ Oprah)

Sharon Stone está falando francamente sobre sua decisão de confessar ao mundo sobre os abusos sexuais que sofreu. Durante uma entrevista para o jornal The New York TImes, a atriz de 63 anos, falou sobre seu livro de memórias, e como ela relembrou seu passado nas páginas, incluindo quando ela e a irmã Kelly, foram abusadas sexualmente pelo avô delas, quando eram crianças.

Detalhando que ela e sua irmã tomaram essa decisão juntas para revelar o abuso em suas memórias, Stone disse:

“Falamos com minha mãe e no início ela era muito estoica e escreveu-me uma carta sobre como toda essa informação era desconcertante para ela. Toda a coisa piedosa, horrorizada, ‘eu realmente não quero falar sobre isso’, esse tipo tipo de coisa. Então minha irmã ficava sobrecarregada, estressada quando minha mãe estava com ela e minha mãe teve um grande avanço.”

“Quando terminei o livro, li para minha mãe durante um período de três dias. E eu estava gripada na época. Eu estava na cama e ela foi para a cama comigo quando terminei o livro, e então gravei uma hora e meia dela falando”, acrescentou.

“E então eu reescrevi um monte de coisas. Foi quando dediquei o livro a ela.”

No sábado (27), Stone vai apareceu em uma entrevista gravada para o talk show Super Soul de Oprah Winfrey, onde ela falou mais profundamente sobre suas memórias.

A estrela do filme Instinto Selvagem, e que foi até mesmo considerada um símbolo sexual por muitos anos, falou ainda sobre as mulheres se tornarem ‘descartáveis’ quando chegam aos 40 anos de idade.

“A sociedade masculina branca começa a dizer às mulheres que elas não têm valor. Acho que à medida que envelhecemos, temos essa pressão social onde as pessoas começam a tentar nos dizer que nosso valor é diminuído”, desabafou.

Ainda na entrevista, a atriz falará com Winfrey, 67, sobre uma experiência de quase-morte e sua recuperação após ter um derrame quase fatal, ao lado do trauma e abuso que sofreu quando criança.

Enquanto falava com o Times, a atriz também foi questionada sobre o que as pessoas podem pensar e aprender, levar para si, em relação a esses novos aspectos até então desconhecidos sobre sua vida.

“As pessoas iriam compensar isso inventando coisas novas, detalhes, caso eu não fizesse. Houve praticamente uma vida adulta de pessoas inventando minha vida para mim”, observou ela.

Ela ainda contou que ficou bastante ansiosa antes do lançamento do livro.

“Eu tive até dor de barriga antes de esse livro ser lançado. Agora vou sair no período mais ameaçador, disruptivo e psicologicamente agressivo em que nosso mundo está desde os anos 60 e ser vulnerável e aberta. Eu entendo que eu vou ser recebida com uma certa quantidade de ‘Mas o que?’, porém não quero ficar na defensiva. Quero me preparar para estar aberta e presente. Porque esse é o propósito da minha jornada”.