Taís Araújo emociona ao relembrar infância: “Contava nos dedos os negros na escola”

A atriz Taís Araújo (Foto: Reprodução)

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, que foi comemorado na última segunda-feira, dia 8 de março, o programa Roda Vida, da TV Cultura, recebeu uma presença para lá de ilustre. A atriz e apresentadora Taís Araújo esteve nos estúdios da atração e falou sobre diversos assuntos importantes, inclusive a negritude.

Relembrando seu passado, ela contou que duas grandes atrizes eram suas referências, mas explicou que elas eram de gerações diferentes. “Minhas referências eram Zezé Motta, de 76 anos, e Ruth de Souza, mas eram de gerações diferentes, que podiam ser minhas mães, minhas avós”, explicou, contando na sequência um pouco sobre sua infância.

“Eu podia contar nos dedos de uma mão os alunos negros da escola na Barra da Tijuca, com pessoas que tinham muito mais dinheiro do que meus pais. Posso frequentar qualquer lugar e saber de onde eu vim”.

Pandemia e casamento

Em outro momento da entrevista, Taís Araújo falou sobre sua rotina durante a pandemia do novo coronavírus e explicou que é ajudada por alguns funcionários, mas seus dois filhos, de 9 e 6 anos, não têm babá. “Meus filhos não têm mais babá. Temos funcionários que nos ajudam, mas meus filhos não têm mais babá”, afirmou a atriz, que ainda disse que seu casamento com Lázaro Ramos sofreu durante esse período de isolamento social.

Nossa relação melhorou depois de piorar muito. Eu até pensei em mudar com meus filhos pra um apartamento de dois quartos, porque a gente morava em uma casa ampla antes e conseguir ter esses momentos…”

Outras revelações

Na sequência, ela explicou que o casal tirou uma conclusão. “Quando a gente entendeu que as 24 horas estavam muito pesadas. ‘Eu preciso ficar 2 horas no quarto. Você fica com as crianças?’ e eu ia, e depois ele ia. Acho que o saldo de tudo é que a gente ainda está vivendo esse pesadelo [da pandemia]. A gente se sacramentou neste período difícil que a gente está vivendo”, contou a atriz. “Quem não fica de saco cheio do marido de vez em quando?! E ele de mim! Então, a gente se testa o tempo inteiro”, disse.

Por fim, Araújo disse que o mundo mudou muito no que diz respeito à representatividade negra. “Mudou muito. A gente existe para as revistas de cosméticos. Eu comecei com 13 anos e existiam duas cores de base: ou eu ficava cinza ou ficava vermelha”, disse ela, que relembrou que interpretar uma Helena numa novela de Manoel Carlos acabou sendo uma chateação por conta das críticas.