Val Marchiori vence processo contra Ludmilla por “racismo”

Ludmilla e Val Marchiori (Foto: Reprodução/Instagram)

Val Marchiori venceu o processo que Ludmilla havia movido contra ela, por injúria racial. O caso aconteceu durante o Carnaval de 2016, durante o programa Bastidores do Carnaval, da RedeTV!, a empresária comparou os cabelos de Ludmilla com uma esponja de aço. A Justiça acabou apontando que Marchiori exerceu sua “liberdade de expressão”.

No programa da emissora de Marcelo de Carvalho, a socialite disse, ao falar sobre a cantora que estava desfilando pela escola de samba Salgueiro, do Rio de Janeiro “A fantasia está bonita, a maquiagem… agora, o cabelo… Hello! Esse cabelo dela está parecendo um bombril, gente!“, disse Val, na ocasião.

Ludmilla entrou com um processo contra Val, e pediu R$ 300 mil, a empresária disse na época que não havia sido racista “Realmente, não gostei de como estava o penteado e não do cabelo em si. Cada um tem o seu, a diferença é o modo como usa. (…) falei que não gostei do penteado escolhido! Que na verdade, nem era o cabelo dela, e sim uma peruca. E independente da cor da pessoa, do jeito da pessoa, ou da pessoa em si. Não gostei, achei que não ficou bom para o look e falei. Agora, pensar que isso possa representar algum tipo de inferioridade ou superioridade como algumas pessoas disseram, já é demais. A pessoa, seu caráter, sua vida, quem faz é ela própria e não seu cabelo ou peruca. Hello! Pensar dessa forma até me enoja! Não foi preconceito”, escreveu a socialite no Instagram na ocasião.

A cantora chegou a vencer o processo em primeira instância, em 2018, quando o juiz condenou a empresária a pagar R$ 10 mil, por danos morais. Em junho do ano passado, a Justiça novamente deu ganho para Ludmilla, condenando Marchiori a pagar R$ 30 mil. Val recorreu das duas decisões.

“Em que pese ter sido proferida uma observação de natureza ácida, veiculando opinião em tom de crítica dura, não é possível se extrair dos fatos supracitados qualquer intenção de desqualificar ou ofender a autora em decorrência de sua cor de pele, tampouco de ridicularizá-la ou depreciar a pessoa. O que se vê, em verdade, é que a conduta da apelante se insere no exercício do seu direito de crítica, derivado da liberdade de informação e de expressão”, diz um trecho da decisão da 14ª Câmara Cível.

Val Marchiori comemorou a decisão, compartilhando a notícia e com a legenda “Justiça seja feita”, nas redes sociais. Ludmilla por sua vez, não concordou com a sentença, e fez um desabafo no Twitter.

“Racismo não é liberdade de expressão. “‘Sofreu racismo?’ ‘Fácil, vai lá e denuncia’. ‘Lugar de racista é na cadeia’. ‘Vocês reclamam demais. E só ir pra justiça..’ Vocês perceberam agora que não e fácil como parece? Essa não e a primeira, segunda ou terceira denuncia que eu faço. Eu também não sou a primeira a passar por isso e, infelizmente, não sou a única. Eu não me faço de vítima. Eu sou. Tá provado. Mas a estrutura desse país é tão racista que eles tem a audácia de recorrer e ainda por cima comemorar a vitória no Instagram. Mas quer saber? Não vou parar. E não é só por mim, não! Uma horas as coisas vão ter que mudar. E no que eu puder usar a minha visibilidade para ajudar nessa mudança, eu juro pra vocês que vou’, escreveu a cantora.