Whindersson Nunes fala sobre arrependimento em texto

Whindersson Nunes
Whindersson Nunes (Foto: Reprodução/Instagram/@juniormarques)

O humorista Whindersson Nunes, de 26 anos de idade, fez uma carta em homenagem ao seu filho no Dia dos Pais. Em sua conta oficial do Instagram neste domingo (8). O comediante fez questão de recordar as emoções vividas ao lado de João Miguel, fruto do seu relacionamento com a universitária Maria Lina. 

“Hoje também é dia dos pais apra quem está sem o seu filho. Você não deixa de ser quando Deus adota… Não sei o que aconteceu, mas eu entendo seu sentimento, eu senti tudo o que você sentiu. Eu senti a realidade de fato, quando vi nascer. A gente fica com ciúme quando dizem que a mãe conhece o filho antes do pai e o pai só no nascimento, mas é a mais pura verdade. A mãe quando olha para o bebê parece saber exatamente como seria, para o pai é uma explosão de novidades. Eu tinha vergonha dizer ‘oi, filho’, porque eu realmente estava conhecendo-o ali”, iniciou o artista. 

“Vi que era verdade que ‘filho é uma preocupação constante’. Tudo era perigoso para ele. Eu olhava as enfermeiras manipulando e eu queria falar para terem cuidado com ele, porque a pele dele era sensível. Eu queria dizer como pegar nele, para ter cuidado. Seu filho passando de mão em mão e nenhuma é sua, porque naquele momento a sua é um risco. Era como se meu cérebro dissesse: ‘profissionais são humanos, humanos erram, e eu não posso deixar um erro acontecer aqui’. Mil perguntas: ‘Isso machuca? Ele está sentindo dor?’. Acho que por isso que os pais dizem para a gente ter cuidado com carro, com moto, com velocidade e com o coração também. Acho que é por isso pais interferem na vida dos filhos, porque eles sabem que é ruim sofrer, uma dor emocional que dá até uma dor física”, disse ele.

“Por último, o arrependimento. Aquele de não ter passado mais tempo, de não ter aproveitado mais. O que mais existia de tão importante para eu não ter ficado todo o tempo que podia com ele? Por que eu não fiquei o tempo todo que podia? E aí nós vamos dia após dia. Não há grupos de apoio para nós, pelo menos ninguém me mostra. Nós não nos encontramos para chorar juntos, pelo menos ninguém me chama. Pouco importa o ‘amor incondicional’ que diziam que íamos ter depois que nascesse, jogaram ele na sua mão e ninguém liga. E ai de nós se passarmos um ano procurando uma resposta. Não há estatísticas, nem estudos. Não sabemos nada que se desenvolve por passar por isso, nem a porcentagem de nós que fica perturbada depois disso”, completou. 

Agradeceu a existência do filho

“Eu entendo vocês. Mas vai ficar tudo bem. Pode chorar, pode ficar com medo. Eu sei que o tempo para quando devia correr, mas isso só é a forma como você lida com a sua percepção sobre o tempo. Você achando ou não que ele muda, ele passa na mesma velocidade. Então o que você tem que trabalhar é a sua paciência com você mesmo. Amar ao próximo como a ti mesmo fala mais do que se olhar no espelo e amar ou não o que você enxerga. Eu não estou triste hoje, estou feliz porque meu pai está feliz pela minha existência, porque era o que eu desejava para o meu filho. Ele está em um melhor lugar. Hoje eu amo muito mais meu pai. Te amo, pai, que bom estar aqui para você”, finalizou.