Um dos maiores bancos dos EUA entra em falência e clientes ficam sem saída

Cofrinho quebrado
Cofrinho quebrado (Foto: Reprodução/Freepik)

O First Republic Bank (FRC), um dos maiores bancos dos EUA, decretou falência no começo do mês passado, no dia 2 de maio. As ações foram desligadas após os reguladores americanos fecharem o banco, e quem adquiriu a maior parte dos ativos foi o JPMorgan.

A crise bancária começou em março e o FRC não conseguiu apresentar um plano viável para recuperar a empresa. Uma semana antes de fechar, eles revelaram que tinham perdido mais de US$ 100 bilhões de dólares em depósitos nos primeiros três meses do ano, o que fez as ações despencarem.

Sucessão de erros condenaram o banco

Em comunicado à imprensa, o JPMorgan disse que iria adquirir US$ 92 bilhões em depósitos do FRC, com o objetivo de proteger os clientes que se viram sem saída com o decreto de falência.

“Para proteger os depositantes, a FDIC vai entrar em um acordo de compra e tomada de posse com JPMorgan Chase Bank, National Association, Columbus, Ohio, para assumir todos os depósitos e de forma substancial, todos os ativos do First Republic Bank”, disse a FDIC, em nota.

Vale ressaltar que os principais clientes do banco eram muito ricos e raramente deixavam de pagar empréstimos. Portanto, muitos ocupavam muito mais do que o limite de depósito de US$ 250 mil segurando pelo FDIC.

Resultado: no ano passado, dois terços dos depósitos do FRC não tinham seguro, então quando o SVB e o Signature Bank faliram, os clientes ricos fugiram por medo de perder seu dinheiro.

Com os depósitos caindo cada vez mais, até a aquisição do JPMorgan, o First Republic tentou atrair seus clientes ricos com hipotecas bem baratas quando as taxas de juro estavam de mal a pior. Então eles ofereceram empréstimos imobiliários com juros apenas em 2020 e 2021.

Segundo o Bloomberg, o banco incluiu uma hipoteca de US$ 11,2 milhões para o sênior do Goldman Sachs, mas a taxa de hipoteca, que até então era fixa há 30 anos, dobrou em apenas um ano. Com isso, as hipotecas se tornaram muito menos valiosas para o banco do que no início.

Em suma, a combinação de depósitos em queda e as perdas em sua carteira de hipotecas levaram o banco à falência.