Gab Lara revela como concilia carreira de ator e cantor ao mesmo tempo

Gab Lara revela como concilia carreira de ator e cantor ao mesmo tempo
Gab Lara revela como concilia carreira de ator e cantor ao mesmo tempo (Foto: Reprodução)

O ator Gab Lara, que atualmente está em cartaz com a peça Querido Evan Hansen, conversou com exclusividade com o SpinOff e abriu o jogo sobre os seus planos na carreira de ator e cantor. Além de revelar como concilia a vida corrida ao lado da arte, ele revelou se pretende fazer novelas e contou como se descobriu um apaixonado pelas artes cênicas.

-Gab, como consegue conciliar a carreira de ator e cantor?

Me aventurei nessa área da música autoral na pandemia, quando lancei meu primeiro disco (“Papo”, 2022). Desde então, sou apaixonado por isso, continuo compondo e produzindo com parceiros diferentes a cada projeto. Lancei um EP chamado “Sede de Você” agora no início do ano, e, se tudo der certo, não quero parar tão cedo. O mais difícil é conciliar a carreira de ator com a de músico, pois o trabalho no teatro, televisão ou cinema demanda bastante tempo, então acaba que eu foco no trabalho autoral apenas quando estou sem nenhum compromisso como ator. Agora, por exemplo, já estou com planos de produzir mais um EP, visto que, passada a estreia da peça, fico liberado durante os dias da semana para focar nessa minha outra paixão.

-Como foi a preparação para viver o espetáculo Querido Evan Hansen?

Tive a sorte de ter assistido ao musical em 2018, na Broadway, e também assisti ao filme e consegui encontrar um link pra reassistir a montagem original de Nova York na internet. Então já tinha uma noção boa de sobre o que era o musical e por onde eu deveria começar a esboçar meu trabalho de atuação. Isso me ajudou muito nos testes. Depois que soube que havia sido aprovado e, quando recebi o texto a as partituras da nossa versão, mergulhei de cabeça nesse material. Passei semanas inteiramente dedicado a isso, lendo artigos e textos que encontrei sobre o espetáculo, assistia à versão original com o texto traduzido do lado para ver as mudanças, tudo que era possível fazer naquele momento. Quando começaram os ensaios, abandonei o material original e foquei somente nas versões brasileiras do texto e das músicas.

-Pensa em fazer novelas?

Com certeza. Não vejo porque não fazer novelas no meu momento atual de vida. Elas são uma parte importantíssima da nossa cultura; muito do que conhecemos de atuação, dramaturgia e narrativa foram concebidos através das novelas. Nossos maiores ídolos fizeram novelas, nossas referências, nossas citações, memes, até hoje, vêm das novelas. Além disso, são uma janela extremamente efetiva de visibilidade. É um dos únicos formatos de arte dramatúrgica que são verdadeiramente amplos em sua distribuição, que podem ser – e muitas vezes são, de fato – vistos por todo o Brasil. Isso é demais! Sei que é um ritmo pesado de trabalho, mas eu, com certeza, gostaria de experimentar.

-Como define o seu atual momento profissional?

Me sinto bem, profissionalmente. Tenho ficado confiante no meu trabalho, mas ciente de que só estou no começo. Tenho muito pra aprender ainda, e a cada trabalho, só entendo mais isso. Gosto de observar todos que trabalham comigo pra tirar o máximo de aprendizado de cada um, e ir, assim, construindo e aprimorando cada vez mais minhas habilidades artísticas. Sei que, por exemplo, toda essa confiança que tenho no teatro vai por água abaixo quando começar a fazer televisão, pois são totalmente distintos. Mas isso, pra mim, faz parte. Só me deixa mais motivado a seguir em frente, continuar estudando, aprendendo e fazendo o que amo fazer.

-Como foi a descoberta do seu amor pela arte?

Eu gosto de brincar que a primeira vez que pisei num palco foi ainda na barriga da minha mãe, já que ela estava como atriz num espetáculo enquanto estava grávida de mim. Então sinto que já nasci habituado. Depois disso, minha mãe virou produtora e eu passei a frequentar os bastidores com ela, viajar com as peças, ficava na bilheteria, nos camarins, fechava bordereaux… Já gostava muito do ambiente do teatro, desde sempre. Com 6 anos fiz minha primeira peça (“O Boi e Burro a caminho de Belém” no Teatro O Tablado), depois com 8 fiz outra (“Passo a passo no Paço” uma peça itinerante no Paço Imperial), depois com 10 fiz meu primeiro trabalho profissional no musical “A Noviça Rebelde” (Moeller e Botelho, 2008). A partir daí, nunca mais quis parar.

-O que espera viver na carreira de ator?

Depois desse projeto é apenas seguir em frente. Continuar contando histórias que emocionem e transformem as pessoas. Meu maior sonho é tocar a alma das pessoas de alguma forma com a minha voz, minhas músicas ou pelas histórias que eu vou contar. Usar da arte como instrumento de mudança, cura e reflexão. Se eu continuar por esse caminho, estarei feliz da vida.