Fábio Porchat foi um dos convidados do programa Roda Vida, que foi ao ar na TV Cultura nesta segunda-feira (21), e comentou o suposto caso de assédio do humorista, roteirista, e ex-diretor da Globo, Marcius Melhem. O apresentador disse que nunca estuprou mulheres, embora já pudesse ter constrangido alguma delas ao longo da vida, sem saber que estava cometendo assédio.
“Ao longo da minha vida com certeza eu assediei, constrangi, fiz piada, dei em cima de funcionárias minhas. Eu nunca estuprei, obriguei, nada. Estou falando de um assédio de constranger”, disse
Ele explicou que em outra época, outro momento do mundo, isso parecia ser normal. “Na minha cabeça era óbvio, normal. Eu tô dando em cima, se ela não quiser ok. De um tempo para cá, venho me descontruindo”, revelou. Fabio é responsável por ter escrito a série Homens? do Comedy Central, e disponível na Amazon Prime Video, que fala justamente sobre essa desconstrução do homem moderno, enquanto mostra os estranhos conflitos dele em relação a valores ultrapassados e preconceituosos.
Ele foi perguntado se já conversou com mulheres que passaram por uma situação de assédio como a que ele tinha descrito e disse: “Não tem um caso que eu lembro específico. No camarim você brinca com figurinista e ri, não são situações específicas. Teve uma que conversei com ela e ela disse que entendia, não foi legal, mas não traumatizou. Eu pedi desculpas e não dava conta na época. Para mim era uma brincadeira inocente, tentativa de beijar, dar em cima”, confessa.
Porchat admite que nunca presenciou uma situação de assédio no trabalho. “Não lembro de ter visto nada de toque., Eu já vi em boate, homem puxando mulher, e nunca fiz nada para diminuir isso”. Já sobre Melhem, ele afirmou que o caso foi bastante escondido: “Até sair a matéria, ninguém sabia. Eu já tinha ouvido falar, sabia de coisas, já havia falado com Dani (Calabresa), mas ninguém expõe a pessoa. Tem que esperar o tempo da vítima”.
“É muita vítima, muita gente falando. Se fosse só um caso de vingança, não tinha tanta gente falando. Não sou juiz e nem tribunal. O que posso fazer é dar espaço para as vítimas para isso se esclarecer e ficar mais evidente para que a pessoa que faz isso seja punido — não só demitido, mas que responda pelo crime”, disparou Porchat, sem citar Melhem, que disse em entrevista ao Domingo Espetacular da Record TV no último domingo que havia um complô armado contra ele para algum tipo de vingança.
“As pessoas esquecem, estamos falando de um crime, onde a pessoa precisa ser presa. As pessoas precisam ter medo, estarem intimidadas, saber que há punição possível. E eu acho que vai haver”
Comunicólogo balzaquiano, paulistano, e com experiência vasta nesse mundo virtual. Adorador de séries, filmes, quadrinhos, e tudo o que envolve a cultura pop.
