Fora da CNN Brasil, Leandro Narloch critica William Bonner e recebe elogio de Jair Bolsonaro

O comentarista Leandro Narloch foi demitido da CNN Brasil após comentários polêmicos (Imagem: Reprodução/YouTube-CNN Brasil)

O comentarista Leandro Narloch foi demitido da CNN Brasil na semana passada. Tudo aconteceu depois que ele foi acusado de homofobia ao fazer alguns comentários controversos em um programa do canal de notícias. Garantindo não ser homofóbico, ele participou do programa Morning Show, da rádio Jovem Pan, na manhã desta segunda-feira (13) e comentou sobre a sua saída da emissora.

“Me parece que a cultura do cancelamento é esse costume de que a gente tem que banir e execrar publicamente qualquer pessoa que mostra a menor discordância, principalmente em relação a minorias. É uma intolerância, um linchamento virtual, a ideia de que você tem que linchar qualquer pessoa que discorda até mesmo de termos. Acho que fui um pouco vítima disso”, disse Narloch.

O comentarista ainda disse que defende a doação de sangue por pessoas homossexuais e afirmou que tinha citado pesquisas a respeito em março deste ano, logo que o canal chegou na TV paga. “Como comunicador eu preciso me preocupar não somente com o que eu digo, mas como as pessoas recebem. Eu falei que as pessoas não precisam se preocupar que vai ter sangue contaminado, sangue com HIV, porque continua existindo o critério que restringe comportamento de risco, mas eu usei o termo promíscuo”, continuou.

Bonner e Bolsonaro

“Gays ou héteros que transam sem camisinha com vários parceiros vão continuar sem poder doar sangue. Foi isso que eu tentei dizer, devia ter dito de uma forma mais clara, mas estava óbvio”. Na sequência, Leandro Narloch criticou o jornalismo da TV brasileira. “Cada vez mais a gente precisa ser meio óbvio e falar que está a favor, que está defendendo. Eu vejo muito isso em todos os canais de televisão. Parece que as pessoas estão pagando pedágio. Eu não gosto muito desse jornalismo lição de moral. O William Bonner é meio assim. Sempre que vejo o Jornal Nacional eu me sinto uma pessoa meio ruim e que ele está querendo me fazer uma pessoa melhor. Se eu quiser me tornar uma pessoa melhor eu vou para a igreja, eu vou fazer terapia”, disparou.

Depois de ter sido citado e ganhado um elogio de Jair Bolsonaro, o ex-CNN Brasil comentou. “Na CNN eu critiquei muito mais ele do que apoiei, mas achei o texto bem escrito. Existe sim essa homogeneidade de esquerda em todas as redações que trabalhei. Acho que existe dos chefes um esforço para que se tenha um equilíbrio, uma diversidade de vozes, diversidade ideológica. O problema é o baixo clero, os jornalistas iniciantes. A questão não é somente ser de esquerda, mas é não conhecer argumentos liberais. A estupidez não é monopólio de um lado ou de outro”, finalizou.