Pocah fala sobre bissexualidade e recorda episódios de machismo

Pocah
Pocah (Foto: Reprodução/Instagram)

Atualmente noiva de Ronan Souza, a funkeira Pocah nunca escondeu sua bissexualidade. Embora seu atual relacionamento seja com um homem, a cantora destaca que isso não anula sua identificação com o público LGBTQIAP+, e faz questão de trazer representatividade bissexual para seus trabalhos. É o caso, por exemplo, do novo clipe da famosa para a música ‘Ainda’.

“A resposta é muito simples. Eu sou a letra B e sempre me identifiquei assim. O fato de eu estar agora feliz com um homem não apaga minha história, embora, claro, eu pretenda que meu noivado seja o último. Afinal, amor é amor. Mas, voltando ao assunto, é algo natural. Não poderia excluir aquilo que acredito, um mundo diverso, verdadeiro, que respeite a todos. Não existe festa sem inclusão, sem respeito ao próximo, sem liberdade. A maior festa que podemos fazer é entender que o mundo evoluiu e que o amor e até mesmo o tesão não devem ser reprimidos por nenhuma espécie de preconceito.”, afirmou a funkeira em entrevista ao jornal O Globo.

Episódios de machismo

Outro tema presente no clipe de Pocah é o empoderamento feminino. A artista conta que, apesar de se sentir uma mulher segura, ainda precisa lidar com algumas situações de preconceito e machismo.

“Já fui reprimida na escola, nas ruas, dentro de casa, na minha carreira. Eu fui ao extremo fundo do poço porque me colocaram lá e queriam que eu aceitasse regras, machismo. Apenas porque eu queria ser uma mulher livre nas minhas ações e até mesmo para amar ou fazer o que eu amo. Hoje eu tenho mais segurança para ser eu mesma e não permito que isso aconteça, embora eu saiba, sim, que por ser mulher e funkeira, me olham e me julgam. Mas sei que estou no comando e que devo seguir. Não é qualquer um que sustenta uma mulher dona de si e por isso querem frear esse poder feminino que tanto incomoda.”, declarou.

Importância do funk

Ao falar sobre a nova música, Pocah ressaltou ainda, a importância do funk na sociedade e destacou o espaço conquistado pelas mulheres no gênero musical.

“O funk é gigante, veio das comunidades e a cada dia vem crescendo no mundo todo. E quando eu digo que ele é gigante é porque o funk está em todos os lugares e toca em tudo que é lugar. E mesmo com tamanho sucesso, ainda há muito preconceito. “Ainda” é um reencontro com o funk em sua essência, mas também abraça as mulheres, provando que ele também evoluiu. Muitas mulheres do funk abriram portas para que isso acontecesse e sou muito grata a elas. “Ainda” é exatamente isso, um funk maravilhoso que fala de nós, que fala de mulheres, que inclui. Que é pra todos. É nisso que acredito: funk é gênero musical e é cultura, sim.”, afirmou a funkeira.