Um dos assuntos mais comentados da semana é o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto de lei batizado de Lei Paulo Gustavo. Esse projeto prevê o repasse de R$ 3,8 bilhões para a Cultura, na tentativa de auxiliar os profissionais da área que foram prejudicados na pandemia. Quem decidiu criticar a atitude de Bolsonaro foi a atriz Dira Paes.
Ela participou na tarde desta quarta-feira, dia 6 de abril, do programa Estúdio i, da GloboNews. Usando o exemplo de uma pirâmide, a atriz chegou a citar até o nome da cantora Anitta, que vem fazendo sucesso internacionalmente.
“A gente tem a ponta de uma pirâmide, com artistas como Anitta, e temos a base dessa pirâmide, que geralmente é a cultura popular. A gente fala ‘popular’, mas isso não quer dizer que isso seja menos importante que outros níveis e acessos culturais que a grande sociedade tem, principalmente dos polos culturais, principalmente das capitais”, desabafou.
Inspirado em modelos internacionais
Dira Paes, que atualmente faz parte do elenco da novela Pantanal, ainda comentou que o projeto em questão foi inspirado em modelos internacionais, destacando que a Cultura precisa de ajuda.
“Então quando a gente vê que o presidente veta uma lei que tá super bem estruturada, uma lei que foi pensada, elaborada durante o seu governo, esse veto atinge um lugar de desesperança, como se não houvesse um diálogo, como se isso fosse um capricho dos artistas“, afirmou a artista.
No desabafo, Dira comentou que essa decisão atinge muitas pessoas necessitadas. “Esse veto é uma espada atravessando nosso peito. A gente não tá falando de mercado estruturado com patrocinadores, a gente tá falando desses outros milhares de artistas brasileiros”, continuou.
Manifestações
A atriz continua sua fala no Estúdio i e citou manifestações artísticas no Norte e Nordeste, citando que são atividades públicas que geralmente são gratuitas para o grande público. “E a gente emprega muita gente, e a gente tem que prestar conta dos centavos das notas fiscais. É difícil perpetuar a memória brasileira se a gente não tiver um suporte legislativo que nos garanta que essas manifestações possam ser incentivadas para que elas continuem perpetuando a nossa origem, a nossa cultura”, continuou.
“Isso que dói. Dói saber que nós não somos vistos como um bem. Entendam que não é uma questão partidária, é uma questão social, brasileira, universal, inspirada em modelos internacionais que funcionam. É um dinheiro que é pago pelo consumidor que volta para o espetáculo artístico”, encerrou.
Formado em Marketing, é apaixonado por assuntos relacionados a entretenimento e televisão, no geral. Viciado em redes sociais e conteúdo para a web, acompanha esses tópicos há cerca de 15 anos.