Documentário traz à tona passado escondido de Guilherme de Pádua

Guilherme de Pádua participava de show erótico gay nos anos 80 e trabalhou como michê (Reprodução/HBOMAX)
Guilherme de Pádua participava de show erótico gay nos anos 80 e trabalhou como michê (Reprodução/HBOMAX)

Os últimos episódios da série documental Pacto Brutal, que fala sobre o assassinato da atriz Daniella Perez, revelou que o assassino Guilherme de Pádua tentou a todo custo esconder trabalhos voltados para a comunidade LGBTQ+.

Como mostra a produção, Guilherme trabalhou como dançarino no espetáculo erótico “A Noite dos Leopardos”, popular entre o público gay e feminino nos anos 80 e 90, no Rio de Janeiro.

Em Pacto Brutal, também é exibido trechos de uma entrevista com a atriz Rogéria, que garante que conhecia Guilherme do show e sabia sobre suas intenções. Ela afirma ainda, que ele nunca escondeu o quanto desejava fazer de tudo pelo status da fama.

Na época do crime, a transformista Eloína, idealizadora de “A Noite dos Leopardos”, também confirmou em entrevista que Guilherme fez parte dos Leopardos, como eram chamados seus dançarinos: “ele fazia parte, aqui na Galeria Alaska. Claro [que lembro]. Foi comigo que ele veio conversar”.

Uma das produtoras do espetáculo, identificada apenas como Valéria, também registrou seu depoimento e garantiu que Guilherme, que agora é pastor, era conhecido por trabalhar como garoto de programa antes de virar ator de novelas.

“Ele era ambicioso sim, tanto que fez o que fez. Fazia programa, os miches, que é óbvio, todo mundo sabe. Não adianta mais esconder. Aqui dentro do teatro, não tem. Mas quando eles saem… tem propostas”, diz a produtora.

Amiga achou suspeito

Ainda sobre o Pacto Brutal, em episódios anteriores a atriz Claudia Raia aparece relatando uma situação suspeita que viveu com Guilherme de Pádua na noite do assassinato de Daniella Perez.

Amiga pessoal da atriz, Claudia revelou que horas após o crime, Guilherme apareceu na delegacia onde estavam amigos e familiares de Daniella, para prestar seus pêsames. A famosa revelou que ele chegou a conversar com ela e foi neste momento que ela percebeu que o assassino contava com arranhões na região do braço.

“Ele ficou ali um tempo, chorando, dizendo: ‘Meu Deus, que loucura isso’. Parecia bastante emocionado, muito indignado com tudo. [Dizia] ‘Como fizeram isso com essa garota, essa menina é um anjo’, Me abraçou também, nem me conhecia“, explicou

“E eu não sei por que olhei o braço do Guilhereme. Tinha, na parte do antebraço, um arranhão de unha de mulher, Me chamou a atenção aquilo. Guardei pra mim. Era recente. Estava meio carne viva, meio sangradinho”, relembrou Claudia.