Fábio Porchat diz que não teme morrer, e revela do que realmente tem medo

Fabio Porchat
Fabio Porchat (Divulgação)

Em uma entrevista ao jornal O Globo, o humorista Fábio Porchat revelou que ficou preocupado quando ficou sabendo no ano passado que a sede da produtora Porta dos Fundos, da qual ele faz parte, tinha sido atacada por conservadores religiosos que protestavam contra um especial da trupe de humor que havia sido veiculado na Netflix, e que mostrava Jesus Cristo como um homem gay, interpretado pelo próprio Porchat.

“Eu não estava no Brasil, mas fiquei preocupado, sim, claro. Achei estranho o ministro da Justiça não falar nada, o presidente não se pronunciar. Não prenderam ninguém até hoje. Mas isso não é só com o nosso caso. Se há muitos homicídios que não solucionados no Brasil, imagina isso?”, disparou ele, que disse que não teme por sua vida, e sim pelas condições políticas oferecidas pelo atual presidente do Brasil.

“Não. Eu tenho mais medo do Bolsonaro ser reeleito. Também tenho medo do Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente. Da Damares (Alves, ministra de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos). O presidente montou uma equipe com pessoas que odeiam o que fazem” falou ele. Porchat também brincou que todas as suas conversas acabam em Bolsonaro. “Começamos a dar mais valor para a democracia. Também estamos saindo da bolha. Temos que conhecer o Brasil profundo. E não estou me referindo ao Piauí. Estou falando do seu vizinho, seu porteiro. Este governo é tão péssimo que a gente já acha o Supremo Tribunal Federal incrível, o Congresso ótimo. O Rodrigo Maia excelente. Caramba, o Rodrigo Maia! Olha a que ponto chegamos!”, acrescentou, ainda abordando a cultura do cancelamento.

“Uma forma de, dentro da sua pequenez, achar que conseguiu cumprir uma meta. Todo mundo quer significar algo. É difícil saber que, daqui a duas gerações, ninguém saberá quem eu sou”.