Gil do Vigor desabafa sobre LGBTfobia: “A gente grita e ninguém ouve”

Gil do Vigor participou do BBB 21 (Foto: Reprodução/TV Globo)

Famoso depois de participar do BBB 21Gilberto Nogueira, que é carinhosamente chamado de Gil do Vigor, participou na noite desta segunda-feira (17) do programa Papo de Segunda, exibido pelo canal pago GNT. O pernambucano falou como acredita ter sido importante sua participação no reality show no combate à LGBTQIA+fobia.

A gente grita, grita, mas parece que ninguém ouve. Isso era o que eu queria falar dentro do Big Brother. É o que eu falo agora e vou falar pra sempre. Precisamos dar voz pra todos os Gils que vivem no anonimato. Que sofrem, que apanham, que lutam, que gritam muito, gritam muito alto, mas não tem pessoas pra ouvir”.

Levar voz

Na sequência, ainda durante o bate-papo no programa, ele falou sobre a importância de lutar contra esse tipo de coisa. “Então, é importante a gente acabar com isso. Dar proteção, meios e oportunidades para que as pessoas, de fato, abram a boca e falem: ‘Não dá mais, estou passando por isso'”, continuou o famoso, que comentou sobre trazer voz ao BBB 21.

Eu quis trazer voz dentro do programa. Essa era meu objetivo. Esse foi meu prêmio. Trazer voz pra aquele que grita grita grita e não tem recurso. É importante a gente acabar com isso. E dá proteção, dá meio. Várias vezes na igreja, na universidade, em outros lugares, sofri ataques e não tinha para quem recorrer. Vou recorrer para quem? Tenho que chegar no trabalho 8h, sair 17h, ir para a faculdade 18h. Então assim, é aguentar calado e esperar, não tem muito como recorrer”.

Ataque homofóbico

Recentemente, Gil do Vigor virou assuntos nas redes sociais depois que sofreu um ataque homofóbico de um dirigente do Sport Clube, seu time do coração. Tudo aconteceu depois que o ex-BBB foi homenageado pelo clube.

“Meu medo era justamente esse. Quando veio esse ataque, me doeu, fiquei logo indignado, mas pensei: ‘gente, era uma pessoa’. E tenho pena de atitudes assim. Que bom que eu fui abraçado pela torcida, pelos jogadores, por todo mundo… Que bom que somos muitos contra esses poucos que ainda não valem minha atenção. Ele que lute. O mal por si só se destrói. O que é de quem é ruim tá guardado e não sou eu que vou dar não”, continuou.

Por fim, ele continuou com seu desabafo. “A gente vive uma realidade no Brasil. Tem muitos que já foram e ainda são assassinados. Tem muitos que dão a vida por isso. Essa data de hoje é muito importante. Isso trouxe uma pauta muito importante, uma visibilidade. Gente, pelo amor de Deus. 2021. Chega. Então saber que de alguma forma, mesmo sofrendo, eu consegui trazer esse debate pras pessoas… Tá tudo certo”, encerrou.