Globo se revolta com ataques e dá ultimato no governo Bolsonaro

Maju Coutinho leu posicionamento da Globo contra ataques de Bolsonaro no Fantástico (Foto: Reprodução/TV Globo)
Maju Coutinho leu posicionamento da Globo contra ataques de Bolsonaro no Fantástico (Foto: Reprodução/TV Globo)

A Globo se revoltou com novos ataques sofridos por jornalistas e voltou a se manifestar contra atitudes do presidente Jair Bolsonaro. No Fantástico deste domingo (12), a emissora se pronunciou sobre o caso ocorrido na Bahia.

Seguranças do presidente, um político local e apoiadores de Bolsonaro agrediram repórteres. Entre eles, Camila Marinho e Cleriston Santana, da TV Bahia, afiliada da Globo na Bahia. Jornalistas da TV Aratu, afiliada do SBT no estado, Xico Lopes e Dario Cerqueira também sofreram agressões.

Globo se pronuncia no Fantástico

Durante o Fantástico, a Globo se manifestou sobre as agressões sofridas pelos jornalistas e repudiou a violência do governo Bolsonaro contra a imprensa. No texto lido por Maju Coutinho e Poliana Abritta, a emissora cobrou medidas para colocar um fim nos ataques.

“O Supremo Tribunal Federal foi acionado em novembro pela Rede Sustentabilidade para proibir o presidente de Jair Bolsonaro de atacar ou incentivar ataques verbais ou físicos à imprensa e aos profissionais da área. O partido pede que o Supremo fixe o pagamento de multa de R$ 100 mil por ataque. A Rede também pede que o STF determine à Presidência da República que elabore e apresente um plano de segurança para garantir a integridade dos profissionais que acompanham a rotina do presidente”, disse Maju.

“A ação foi apresentada após Bolsonaro tratar com hostilidade jornalistas brasileiros durante a viagem a Roma, na Itália. Seguranças que estavam perto do presidente agrediram quem tentou fazer perguntas. Entre eles, o repórter Leonardo Monteiro, da TV Globo. O ministro Dias Toffoli enviou a ação para ser julgada pelo plenário do STF”, continuou ela.

“A Advocacia-Geral da União já se manifestou no processo e defendeu a rejeição da ação por questões processuais. O governo afirma que não é possível atribuir a autoridades episódios de hostilidade ou intimidações contra a imprensa. O governo diz ainda que a postura crítica de Bolsonaro à imprensa não ultrapassa os limites da liberdade de expressão. O STF ainda aguarda parecer da Procuradoria-Geral da República. O julgamento da ação ainda não tem data para ocorrer”, esclareceu Poliana.

Ultimato contra o governo Bolsonaro

As agressões deste domingo mostram que já passou da hora de a Procuradoria-Geral da República dar o seu parecer na ação que corre no Supremo, tendo como relator o ministro Dias Toffoli. A imprensa cumpre um direito escrito na Constituição, e deve ter a sua segurança garantida”, pontuou Maju.

“As cenas bárbaras de hoje e aquelas ocorridas na Itália no dia 31 de outubro ensejam duas constatações. Se os seguranças agem por conta própria, a presidência deve ser responsabilizada por omissão. Se agem seguindo ordens superiores, a presidência deve ser responsabilizada por atentar contra a liberdade de imprensa e fomentar a violência contra jornalistas”, prosseguiu a apresentadora.

“Além disso, é escandalosa a atitude da presidência de deixar jornalistas à própria sorte em meio a apoiadores fanáticos, que são insuflados quase diariamente pelo próprio presidente em sua retórica contra o trabalho da imprensa. Frente aos evidentes e graves riscos enfrentados por repórteres de todos os veículos, é urgente que o Judiciário se pronuncie”, afirmou Poliana.

A Globo repudia as agressões aos repórteres Camila Marinho e Cleriston Santana, da TV Bahia, e aos repórteres Xico Lopes e Dario Cerqueira, da TV Aratu, e se solidariza com eles”, encerrou a titular do Fantástico.