Um dos grandes artistas da comédia brasileira nos últimos 10 anos, o ator Paulo Gustavo faleceu na última semana, mas sua trajetória na luta pelos direitos da comunidade LGBTQ+ permanece viva.
Um dos grandes marcos na carreira do humorista foi uma foto onde ele aparece beijando um outro homem na capa da revista SuiGeneris, no ano de 1999. Na época, o assunto ainda era pouco discutido nas bancas de revistas e na sociedade.
Em entrevista concedida ao jornal Extra, o produtor Rogério Espírito Santo relembrou como foi seu contato com Paulo Gustavo, que ainda estava em início de carreira, mas já se mostrava ser um grande defensor dos direitos da comunidade.
“Talvez essa tenha sido a primeira grande colaboração do Paulo para a comunidade LGBTQIAP+, antes mesmo de ser o grande influenciador que se tornou alguns anos depois”, afirmou Rogério.
E completou: “Ele não só topou como levou o Fábio, namorado dele na época, e deram esse beijo quente e destemido, que foi um dos trabalhos mais marcantes de toda minha história, até hoje”.
Paulo Gustavo morreu no último dia 4 de maio, após passar mais de um mês internado em uma UTI, por conta de complicações do COVID-19. O artista chegou a respirar através de uma maquina que simulava um pulmão, mas acabou não resistindo após ser detectado uma embolia pulmonar.
Desabafo de uma amiga
A morte de Paulo Gustavo, inclusive, tem rendido não apenas belas homenagens dos amigos e familiares, como também vários posicionamentos revoltosos nas redes sociais.
No último final de semana, por exemplo, a comediante Samantha Schmütz, amiga de Paulo, usou o Instagram para se posicionar contra o governo federal e pedir por mais eficiência no combate a pandemia.
“Queria entender como que pode o chefe da nação (o presidente Jair Bolsonaro), na atual conjuntura imitar alguém com falta de ar. O que é que a gente está esperando para fazer alguma coisa? Quem mais a gente vai esperar morrer? Quem mais o Brasil vai perder? Seja quem for. Que a mesma força que nos uniu no amor, em orações, nos una para tentar parar esse horror”, disse.
A famosa ainda criticou os brasileiros que têm se importado mais com o entretenimento, do que com o momento político.
“Então, acho que devia parar de fazer dancinha de TikTok. De verdade. Parar de se unir e ficar votando para car**** em um negócio que não vai ter fim nenhum além do entretenimento. Acho que a gente tem que se unir direito”.
“Votar em quem acredita na ciência desde o dia um. Fazer mutirão pro que realmente importa. Não adianta fazer mutirão para reality show da vida dos outros. A nossa realidade está bizarra. Bizarra! E ninguém está usando todas as cartas!”.
Formado em jornalismo pela UNIME Salvador, possui passagem por rádio, jornal e trabalha com público de internet desde 2016. Atualmente tem focado em projetos de audiovisual, cultura pop e celebridades.
