Pedro Cardoso solta os cachorros contra governo: “neofascismo tropical”

Ator Pedro Cardoso e Jair Bolsonaro (Reprodução)
Ator Pedro Cardoso e Jair Bolsonaro (Reprodução)

O ator Pedro Cardoso não poupou palavras para expor toda a sua revolta quanto ao governo do presidente Jair Bolsonaro. Na manhã desta terça-feira (6), o artista fez um longo desabafo onde apontou que o Brasil estaria sendo vítima de um “nazifascismo tropical”.

“Desde que a desonestidade da medíocre classe média baixa em busca de ascensão econômica, organizada em igrejas e quartéis, clubes e shows ‘sertanejos’, agremiações politiqueiras etc, deu o ar de sua graça, personificando-se no messias militar, eu acordo todos os dias ansioso pelas notícias e pela oportunidade de dizer alguma coisa em oposição à incivilidade desse nazifascismo tropical”.

Pedro ainda confessou que a política nunca foi tão presente em sua vida, mas que ele percebeu que precisa combater de frente o atual governo: “Nunca antes a política havia sido assunto diário para mim. Passou a ser quando compreendi, num lento ir compreendendo, que a política, espaço para o entendimento sobre o que nos é comum, desapareceria sob o autoritarismo do bolsonarianismo; como está acontecendo. Vivo, desde então, permanentemente ansioso”.

O artista ainda continuou seu desabafo falando sobre como os mais diversos assuntos, principalmente a política, tem sido alvo de uma “histeria” coletiva nas redes sociais. Ele questionou se todos os posicionamentos não seriam uma forma de se promover.

“Faz-me bem exibir a minha revolta. Dou-me a conhecer a mim mesmo mostrando-me aos outros. Essa função narcísica das redes antissociais é, a meu ver, a razão de seu sucesso comercial. Mal não há mas haverá se a fala aqui não superar a histeria. Saudável, creio, é que das palavras passemos a ação devotada ao bem comum. Mas, também penso: falar é agir. Colegas aqui, falantes e ouvintes como eu, qual será a ação que nos projetará de nós para os outros? Cada um saberá a sua. A minha, creio, é fazer teatro”.

O combate

Em outro trecho, o eterno Agostinho Carrara de A Grande Família destacou que, até mesmo para que ele siga trabalhando com sua arte, ele precisa combater o atual governo.

“Mas só haverá teatro se a política nos garantir a liberdade. Até a liberdade, pela democracia, estar assegurada, prevejo que a ansiedade em exibir minha angústia vai me manter nas redes antissociais. E a muitos de nós. O fascismo nos empurrou para uma original clandestinidade: As redes, onde mais nos expomos, são onde também nos escondemos. Já estamos todos presos; presos a céu aberto no mundo deles”.