Xuxa contou em entrevista para um canal do Youtube que o livro infantil que escreveu, sobre uma menina que tem duas mães, foi baseado em partes em palavras que sua filha Sasha falou para ela, quando ainda ela uma criança.
“O que me inspirou foi a Maya mesmo. A história dela”, disse a apresentadora sobra sua afilhada que tem duas mães, um casal homoafetivo. “Eu fico imaginando minha filha, porque ela sempre dizia isso para mim. Ela disse que quando ela ia vir aqui para a Terra, Deus falou com ela, ela tinha asas coloridas, e Deus pediu para ela procurar os pais e as mães dela, e e que foi difícil. Eu quis botar o que a Sasha falou na boquinha da Maya [a personagem]. Fiquei imaginando ela realmente pedindo a Deus e como ia ser difícil para ela né? Isso tudo, com tudo o que a gente está vivendo agora, principalmente agora, onde as pessoas levantam muito essas coisas tão erradas. Falar em nome de Deus, que Deus não sabe, que Deus acha que as pessoas por suas condições não são filhas dele. E isso me machuca tanto” disparou a apresentadora.
Xuxa disse que pensou principalmente no tipo de preconceito que a menina sofreria por causa da maldade das pessoas: “Me machucou tanto, eu fiquei olhando a minha afilhadinha, a Maya, e eu fiquei pensando ‘Meu Deus, como que vai ser ela na escola? Como as pessoas vão olhar para ela? Como é que vão falar com ela? Então imaginei Deus dizendo que ela tem uma missão como todos nós, só que a missão da Maya seria Levar amor! E falar para as pessoas que Ele é o amor”.
Sobre focar a história em duas mães, ela disse que poderia ter sido diferente: “Poderia ter sido dois pais. Poderia ter sido um pai e uma mãe, mas que bom que foram duas mães, porque foi ela que escolheu, e a única coisa que Deus pediu foi: ‘Mesmo que as pessoas não acreditem, mesmo que as pessoas duvidem eu sou só amor. Eu quero que você fale isso para eles’. E é isso o que Maya veio falar. O resto não é de Deus”.
A rainha do baixinho garantiu que não sentiu medo de sofrer rejeição por parte de seus fãs conservadores ao escrever um livro focado no universo LGBTQIA+. “A palavra não foi medo. Eu fiquei pensando que eu poderia ajudar mais do que ser criticada ou atrapalhada. Uma vez eu li uma pessoa falando que se você tem a possibilidade de ser a voz de alguém que não fala, se você tem a possibilidade de se expressar por alguém que não pode se expressar, você tem não a obrigação, mas o dever. E eu me vejo no dever de falar coisas, e fazer coisas que eu não fazia antigamente, até porque eu não sabia o tamanho que eu tinha”.
Comunicólogo balzaquiano, paulistano, e com experiência vasta nesse mundo virtual. Adorador de séries, filmes, quadrinhos, e tudo o que envolve a cultura pop.
