Wagner Moura detona Bolsonaro e fala de censura: “não tenho medo”

Wagner Moura no Roda Viva (Reprodução)
Wagner Moura no Roda Viva (Reprodução)

O ator Wagner Moura não poupou críticas ao governo de Jair Bolsonaro durante entrevista ao programa Roda Viva (TV Cultura). Diretor do filme Marighella, o artista falou sobre a dificuldade enfrentada por profissionais do audiovisual no Brasil.

Segundo Wagner, lançar o filme no cenário atual brasileiro é de sentir orgulho. O famoso ainda garantiu que não tem medo de enfrentar os apoiadores do presidente.

“Eu não tenho medo dessa gente. Eu acho que fazer um filme sobre Marighella, entregar um filme sobre Marighella no Brasil de hoje, faz parte de um enfrentamento do qual tenho muito orgulho de participar” , disparou o ator.

Em outro momento, o diretor definiu o governo de Jair Bolsonaro como de “destruição”. “O momento agora é de retomar a democracia no Brasil. O governo Bolsonaro não é um governo de construção, é um governo de destruição. É um governo que destruiu praticamente tudo que prestava no país. E a cultura, naturalmente”, afirmou.

Wagner ainda falou sobre as ameaças que sofreu durante as gravações do projeto, que está finalizado desde 2019. “E acho que precisamos fazer esse enfrentamento contra o fascismo. Os ataques foram todos” , ressaltou Wagner, que teve problemas em lançar o filme no país.

Rapper como protagonista de filme

Recentemente Wagner Moura revelou que o rapper Mano Brown quase esteve como protagonista do filme Marighella, que conta com o sambista Seu Jorge no papel do ativista baiano Marighella.

Em entrevista ao programa Conversa com Bial (TV Globo), o ator afirmou que Brown passou no teste e até mesmo chegou a fazer ensaios para o longa, mas acabou desistindo o projeto por conta de sua agenda intensa de shows.

“Para mim, o que representa Marighella hoje é o Mano Brown […] Inclusive eles são muito parecidos fisicamente”, disse Wagner, que na época até chegou a aparecer em fotos com o artista.

Wagner explicou que na época em que o filme começou o processo de produção, Brown estava passando por um momento de transição em sua carreira. O artista havia acabado de anunciar sua saída do grupo Racionais e estava fazendo uma turnê especial.

“Ele começou o processo de ensaio muito bem. Mas foi uma época em que a gente deu o azar de ser ali meio que uma despedida dos Racionais em que eles estavam fazendo quatro, cinco shows por semana. E o Brown, por mais que ele quisesse e ele teria feito muito bem, ele não podia.”