Ary Fontoura, em 60 anos de carreira na TV, já interpretou centenas de personagens que se tornaram muito queridos pelo público. Durante participação no podcast Novela das 9, o ator relembrou um dos papéis que ele considera ser o mais popular de todos e que ainda é muito lembrado por seus fãs.
Na ocasião, o artista de 89 anos, mencionou Nonô Correia, protagonista de “Amor com Amor se Paga” (1984). A obra de Ivani Ribeiro, inclusive, atualmente está sendo reprisada no canal Viva. “Se eu tivesse que mudar o nome, teria que ser pra Nonô. Apesar de essa novela ter sido apresentada em 1984, as pessoas ainda me identificam na rua como Seu Nonô. Ele é muito vivo e está muito perto de mim e do público”, afirmou Ary.
O ator conta que, apesar de ter gostado muito deste trabalho, ele considera que foi um dos mais exaustivos de sua carreira. “Os textos eram incrivelmente grandes, e chegou uma hora que eu não conseguia mais decorar. Eu não saía de cena. Tive um cansaço muito grande no meio da novela, estava com um esgotamento físico, um estresse danado.”, afirmou o famoso, que tomou uma atitude após perceber que estava tendo muitas cenas:
“Eu nunca tinha falado com a Ivani, mas pedi o telefone dela, liguei e disse: ‘Estou ligando pra fazer um pedido: diminua o meu papel, pelo amor de Deus! É só eu o tempo todo em cena’. Ela disse: ‘Que interessante! É a primeira vez em toda a minha carreira que alguém liga pra mim pra diminuir o papel. Pode deixar que eu faço’. Ela não fez! Ela fez um pouquinho e depois voltou. Me mandou um lembrete assim: ‘É impossível diminuir o seu papel’ (risos). Eu ri muito. Foi o primeiro e único contato que eu tive com ela, mas nesse telefonema a minha admiração por ela foi toda colocada em pauta. E ela também tinha por mim uma admiração grande.”, declarou Ary Fontoura.
60 anos de carreira na TV
Na entrevista, Ary Fontoura também relembrou o início da carreira e celebrou seus 60 anos na TV. “É um processo longo. Eu comecei a atuar em Curitiba, aos 15 anos, fazendo radioteatro. Desde criança, dentro de mim eu sabia que seria ator – essas coisas divinas, que são absolutamente inexplicáveis.”, relatou ele.
“Eu via as coisas que eu fazia… se eu ia à missa, via o padre, voltava em casa e fazia a mesma coisa; se ia ao barbeiro, voltava e brincava de cortar o cabelo da criançada. Quando o rádio surgiu, pra mim foi um oásis. Aos 31 anos eu vim pro Rio pra recomeçar tudo. Ninguém me conhecia, eu fui de teste em teste, na casa de um, na casa de outro… minha vida sempre foi procurar trabalho. Não só a minha, mas de todo artista brasileiro.”, afirmou.
Para o artista, ser ator é muito mais difícil do que as pessoas imaginam: “É difícil essa profissão. É engano as pessoas pensarem que nós vivemos fantasiosamente e que tudo vem a nossa mão com facilidade. Não é verdade.”, pontuou.
“Ao contrário. As coisas montam-se e demonstram-se. Quando você está em função do público, você sabe que tem que agradá-lo plenamente. É pra ele que você trabalha. Você não vive sem público. O público é mais poderoso que a gente, e é pra ele que a gente trabalha. E é como tem que ser.”, declarou.
Graduado em Comunicação Social, um mineiro que adora escrever sobre assuntos relacionados ao entretenimento e redes sociais em geral.
