Destaque do programa Conversa com Bial nesta última terça-feira (1º), a atriz Monica Iozzi relembrou sua passagem pelo extinto CQC na Band. A artista afirmou que se arrepende de ter dado espaço para Jair Bolsonaro na atração.
Em um bate-papo com Pedro Bial, a global afirmou que os brasileiros precisam parar de dar “palanque” para “pessoas como o presidente” e precisam ser mais intolerantes com pessoas que propagam discurso de ódio.
“Se você for na Alemanha, você vai ver que não há espaço na TV para pessoas que relativizam o Holocausto”, iniciou Mônica, que logo completou: “Eu acho que a gente precisa começar a ter esse tipo de intolerância em relação ao discurso de ódio. Às vezes têm coisas que não podem ser toleradas”.
Repórter do programa CQC entre os anos de 2009 e 2013, Mônica criticou a visibilidade que a atração acabou dando para Bolsonaro na época, gerando polêmicas que repercutem por anos na mídia: “Quem mais deu voz a Jair foi o CQC. A gente não pode se eximir dessa culpa e, sim, eu me arrependo de ter falado com ele tantas vezes”.
“A minha vontade sempre foi de denunciar, de mostrar como é possível que nós tenhamos um parlamentar com esse nível intelectual, e não estou falando de fazer faculdade, mas sim de ter o domínio básico para exercer um cargo público, e o Jair Bolsonaro não tem isso”, acrescentou.
“A gente queria mostrar como o trabalho dele era irrelevante. E depois de mostrarmos a incompetência dele, assim como mostrávamos a de outros [políticos] também, foi que ele começou a se sentir mais à vontade para fazer os discursos de ódio”, disse Monica.
Mesmo já sendo uma pessoa esclarecida e com 28 anos de idade, Monica afirmou que não tinha “noção” do que poderia acontecer com o tipo de abordagem que ocorrida com as matérias do programa que mesclava humor e política.
“Naquele momento eu não tive essa noção. Eu nunca consegui ter essa visão mais ampla, a médio e longo prazo, de que ao invés de estar fazendo uma denúncia, eu poderia estar dando palanque e aumentando o alcance daquele discurso”, confessou.
“O Bolsonaro engloba todos os discursos de ódio em uma pessoa só. Então, a gente precisa começar a olhar para esses discursos com total intolerância, que é o que fazem na Alemanha com o nazismo. Não vamos dar voz a uma pessoa que diminui os negros e que defende violência contra LGBT”, finalizou.
Formado em jornalismo pela UNIME Salvador, possui passagem por rádio, jornal e trabalha com público de internet desde 2016. Atualmente tem focado em projetos de audiovisual, cultura pop e celebridades.